Diante da projeção de grande safra na América do Sul e falta de demanda, soja tem nova queda em Chicago nesta 3ª feira

Publicado em 07/03/2017 15:18 e atualizado em 07/03/2017 17:18
FCStone estimou safra brasileira em 109 mi de toneladas nesta temporada. Relatório de oferta e demanda do USDA pode confirmar aumento na oferta e preços podem recuar para US$ 10,00 por bushel, segundo analista. Cerca de 32% da safra brasileira já foi negociada.
Confira a entrevista de Mário Mariano - Analista da Novo Rumo Corretora

Nesta terça-feira (7), os preços da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalharam novamente em queda, em um momento no qual faltam notícias altistas.

De acordo com Mario Mariano, analista de mercado da Novo Rumo Corretora, a notícia de uma projeção da safra brasileira de soja em 109 milhões de toneladas pela FC Stone, em um momento no qual o país está com 57% da soja colheita, pode ter influenciado nas cotações. Além disso, a falta de uma demanda global e das condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento na safra da Argentina também ajudam o mercado a operar do lado baixista.

Como fator surpresa, o comportamento da Índia, que exportou em fevereiro 7 vezes mais farelo de soja em relação ao mesmo mês do ano passado, somando 208 mil toneladas. Logo, "se a Índia voltou a vender grandes volumes de farelo no mercado global é que está tomando mercado de alguém, como Argentina e Brasil", disse Mariano. A Índia, tradicionalmente, é mais compradora, de óleos.

Caso esse movimento negativo persista, com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmando um aumento global da produção e falta de compradores no mercado, as cotações podem chegar ao patamar de US$10/bushel. A China, por baixa margem de esmagamento e câmbio desfavorável, se mostra austente do mercado neste momento.

Boatos também dão conta de que os americanos poderiam aumentar a participação do biodiesel no diesel e no etanol. "Isso pode, em algum momento, voltar à tona e defender algum preço na Bolsa de Chicago", aponta o analista.

No Brasil, as vendas continuam dentro de um patamar equilibrado nos últimos 30 a 40 dias. No entanto, o comprometimento da soja brasileira é cada vez maior. Os prêmios para a exportação estão levemente maiores, mas ainda não são atrativos a ponto de estabelecer uma tendência de alta.

O câmbio, por sua vez, ainda é uma incógnita que está sobre uma "gangorra" - de um lado, a taxa de juros dos Estados Unidos pode aumentar. De outro, a taxa de juros no Brasil pode cair, apontando caminhos incertos para o dólar.

Por: Fernanda Custódio e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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