Queda do dólar prejudica mais do que preços da soja em Chicago (Análise Ouro Investimentos)

Publicado em 22/02/2017 18:10
Para o milho de segunda safra a tendência é de quedas forte nas cotações. Negócios para julho já estão na casa de 18 reais em MT e paridade de exportação para o mesmo período é de 12 reais
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Nesta quarta-feira (22), o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) tem mais uma sessão de alta, com o vencimento maio/2017 chegando próximo dos US$10,30/bushel.

Para Maurílio Marcondes, da Ouro Investimentos, em Primavera do Leste (MT), os preços na CBOT geram um "dilema muito complicado" para os produtores, que vinham acostumados a trabalhar com preços interessantes tanto em Chicago quanto no câmbio. Agora, o cenário mudou e, no pico da colheita, os preços baixos estão em jogo.

A preocupação maior para o momento, de acordo com Marcondes, é decidir o momento de travar essa produção. Com uma expectativa de um câmbio cada vez mais em queda, os produtores que ainda não comercializaram encontram uma janela para começar a colocar o seu produto no mercado.

Vender, neste momento, ainda é rentável para os produtores no Mato Grosso, que encontram preços entre R$57 a R$61 para a saca de soja. De acordo com o preço histórico, os valores não estão ruins e a produtividade compensa, mas "abaixo disso, os produtores se prejudicam", destaca Marcondes.

A partir deste momento, a média história de comercialização não abriria espaço para prêmios mais remuneradores, mas com uma comercialização abaixo do esperado daqui para a frente, os produtores poderiam ver melhor remuneração para a sua soja.

Preços do milho

Os preços para o mercado do milho, por sua vez, estão bastante comercializados, sendo mais fácil prever seu comportamento, segundo Marcondes. A primeira safra entra no mercado com bons níveis de rendimento e as expectativas para a safrinha também são interessantes, além de contarem com um aumento de área, "a não ser que haja um problema climático muito intenso como ocorreu no ano passado".

Em Chicago, os preços do milho também estão baixos e, somando à conta do dólar e de uma maior oferta, as cotações para o cereal tendem a arrefecer.

Com isso, ele destaca a importância de os produtores travarem preços. Mesmo que os patamares não sejam os ideais, "é momento para se pensar nessas estratégias", aponta, uma vez que há um potencial de queda para o mercado.

Do lado da competitividade internacional, o país também enfrenta desvantagem. Como aponta relatório da Scot Consultoria, 1 tonelada de milho vale US$144 nos Estados Unidos, enquanto a mesma quantidade está cotada a US$178 no Brasil. Ou seja: o câmbio valorizado torna essa relação desinteressante.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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