Soja segue tendência de baixa com menor demanda chinesa pelo grão e maior oferta de farelo argentino com redução de impostos

De acordo com o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, a última sessão vinha apontando uma alta baseada na expectativa de chuvas na Argentina para o final de semana e também em uma movimentação maior na margem de esmagamento dos Estados Unidos. As exportações não seguem em ritmo acelerado, mas o México participou com um movimento de compra.

No entanto, na sessão de hoje, o mercado trabalhou realizando lucros e também com a expectativa de que a produção na Argentina pode ser ainda maior do que o esperado. Somada com a produção brasileira, que deve ser de mais de 105 milhões de toneladas, com base nas principais estimativas, o mercado entende que não haverá desabastecimento de soja a nível mundial.

Outros fatores, como a baixa no farelo de soja, provocada por rumores de que os argentinos irão diminuir para 20% (dos 27% atuais) o imposto sobre a exportação do produto e também pelas baixas margens de esmagamento na China, provocadas pela gripe aviária, além da diminuição de importação de óleos vegetais por parte da Índia que também estariam exercendo certa influência negativa sobre o complexo soja.

Mariano diz que, com todos esses componentes somados, o impacto negativo não se apresentou totalmente, mas graficamente, a tendência é de baixa para o mercado da soja na CBOT.

No Brasil, os produtores se encontram retraídos em função do câmbio, mas o analista diz que "no curto prazo, não adianta esperar por uma reviravolta no mercado".