Sem novidades, mercado da soja em Chicago pode iniciar trajetória de baixa até meados de abril
Com a divulgação do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sem grandes surpresas - salvo por uma redução na safra da Argentina para 55,5 milhões de toneladas, o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) caminha para o fechamento sem surpresas, com uma volatilidade normal, sem fatores significativos.
De acordo com o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, o mercado está "estável", em um momento no qual deveria estar mais pressionado pela chegada da safra na América do Sul.
Fernandes destaca que a pressão deve chegar no momento mais forte da colheita, no mês de março. No entanto, com o dólar próximo a R$3,00, há certa dificuldade de forte queda nos preços, já que isso afastaria os produtores brasileiros da comercialização.
O suporte dos US$10/bushel para os principais vencimentos, portanto, "é forte", segundo o consultor. Os prêmios no Brasil, entretanto, podem ceder com o volume de soja que entrará no mercado em março.
Logo, os produtores que já realizaram hedge "têm saúde financeira para chegar até maio, junho e julho para voltar às vendas". Para aqueles que devem em dólares, o momento atual é mais atraente, pois os preços da soja são remuneradores.
Os próximos fatores de atenção, para Fernandes, devem ser o comportamento do dólar e, depois do dia 15 de abril, o clima nos Estados Unidos também começará a dar um tom para os preços.
Fernandes está em Formosa (GO), onde haverá um evento no Sindicato Rural da cidade às 19h para criar estratégias e entender os movimentos de mercado e os rumos do agronegócio.