Impasse entre EUA e China beneficiaria Brasil com aumento da demanda, mas derrubaria preços internacionais da soja
Nesta quinta-feira (2), o mercado de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) teve um dia sem grandes modificações, uma vez que há poucas informações fundamentais para impulsionar os números - seja de maneira baixista ou altista.
De acordo com Ginaldo de Sousa, da Labhoro Corretora, "não há uma notícia relevante" para romper os patamares de US$10,10/bushel ou de US$10,50/bushel. A sexta, no entanto, poderá trazer novidades com a China de volta ao mercado após o Ano Novo Chinês.
Do lado da América do Sul, a safra da Argentina, que foi muito especulada por conta das inundações sofridas nas principais regiões produtoras, se encontra em boas condições, mas o risco existe. Ginaldo, que visitou as lavouras do país recentemente, acredita que a safra não será inferior a 55 milhões de toneladas, mas considera que um excesso ou uma falta de chuvas poderia diminuir este número.
No Brasil, que tem uma projeção de 103 a 104 milhões de toneladas, podendo chegar a 104 milhões de toneladas, a safra entra na reta final com alguns problemas apenas em áreas da Bahia e do Piauí. Ele aponta que está é "uma safra pra ninguém colocar defeito" e que a América do Sul, como um todo, poderá vir a ter uma produção de 170 milhões de toneladas.
De olho na demanda, o mercado poderia sofrer um colapso caso haja barreiras comerciais por parte dos Estados Unidos para a China. O Brasil seria beneficiado com a compra mais concentrada na América do Sul, mas os preços em Chicago poderiam despencar.
Na comercialização interna, os produtores brasileiros se encontram sem grande interesse de venda, mesmo com os preços em R$72 a R$75 no Porto de Paranaguá. Ele avalia que muitos já venderam para cobrir as contas e que agora devem segurar, o que poderá ajudar a melhorar os prêmios brasileiros.