Soja cede quase 20 pts em Chicago com reta final da colheita nos EUA e aversão ao risco no financeiro interncional
Nesta terça-feira (1), o mercado internacional de grãos mostra um cenário de queda para os principais produtos. Na sessão de hoje, a soja fechou na Bolsa de Chicago *(CBOT) com quedas por volta dos 20 pontos nos principais vencimentos. O farelo de soja, o óleo de soja, o milho e o trigo também acompanham a queda.
De acordo com o analista de mercado Jack Scoville, da Price Futures Groups, as notícias políticas que precedem as eleições americanas, a serem realizadas daqui a uma semana, no dia 8 de novembro, também interferem no mercado. Ao mesmo tempo, a colheita na reta final, com produtores com falta de armazéns e necessidade de venda para a soja, faz com que a oferta no mercado interno deva crescer no curto prazo. "Por isso está baixo e deve baixar mais por alguns dias", diz o analista.
O mercado também já começa a especular sobre o próximo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que pode trazer um crescimento de produção, estimada em 52 bushels por acre (cerca de 58 sacas por hectare).
Segundo o analista, os produtores não venderam muito antes da colheita. Alguns ainda possuem contratos para entregar, mas ele acredita que este número é baixo. Alguns fazem novos negócios, mas também ficam no aguardo de melhores preços, que ainda não estão atrativos para os americanos.
Por enquanto, a safra da América do Sul ainda não está sendo precificada, mas virá a se tornar o principal patamar para o mercaado nos próximos meses. Com uma boa produtividade confirmada, se as chuvas pararem na Argentina e os produtores conseguirem plantar, o analista acha que "o preço abaixo de 9 dólares não será impossível".
Por outro lado, o mercado pode ser altista considerando que a demanda seja responsável pelos valores no mercado. Para o milho, por sua vez, a demanda por exportação em comparação com a soja é um pouco menor, mas "não está ruim", aponta, a partir do momento também em que o milho é mais barato nos Estados Unidos do que na Argentina e no Brasil. No entanto, o milho brasileiro tem boas perspectivas de encontrar melhores compradores no próximo ano, o que também reflete em melhores preços.
Para a soja, o mesmo cenário pode se refletir no Brasil, mas é preciso estar atento às relações do dólar frente ao real. "Pode ser um ano ainda mais difícil para os produtores do Brasil em relação ao real", diz.