Em Mato Grosso do Sul, plantio da soja chega a 3% da área projetada para a safra 2016/17
Assim como em outras regiões do Brasil, os produtores rurais ainda esperam a consolidação das chuvas para iniciarem a semeadura da soja da safra 2016/17 em Mato Grosso do Sul. Apesar do término do vazio sanitário para a cultura, no último dia 15 de setembro, as precipitações ainda não se confirmaram. Dessa forma, o plantio está completo em 3% da área prevista para esse ciclo, em propriedades mais ao Sul do estado, que receberam algumas chuvas ou que possuem sistema de irrigação.
“Em áreas que os agricultores trabalham com irrigação como em Ponta Porã, Naviraí, Dourados e Rio Brilhante, a semeadura tem sido feita. Porém, na média geral, os produtores ainda aguardam a concretização das chuvas para que o cultivo seja feito com segurança”, pondera o analista técnico da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Leonardo Carlotto.
Em relação ao crédito, o analista ainda sinaliza que, os produtores rurais do estado também enfrentaram o mesmo problema. O cenário acabou refletindo, especialmente nos investimentos em infraestrutura, como a troca de maquinários. “Contudo, os agricultores mantiveram os investimentos em tecnologia nas lavouras. Muitos foram buscar alternativas com as traders ou cooperativas para a aquisição dos recursos”, completa.
No caso da área destinada ao plantio da oleaginosa, a perspectiva é de um pequeno incremento. Com isso, os produtores deverão cultivar pouco mais de 2,5 milhões de hectares com a soja. E, se o clima for favorável, a projeção é de uma produtividade média entre 51 a 52 sacas por hectare, o que pode resultar em uma safra bem próxima de 8 milhões de toneladas, um recorde de produção no estado.
Custos de produção
Em comparação com a temporada anterior, os custos de produção também subiram devem ficar próximos de R$ 3.100 por hectare. Em contrapartida, até esse momento, pouco mais de 25% da safra projetada para essa temporada já foi negociada antecipadamente.
“Esperamos uma negociação tardia também após a colheita. E temos o dólar, que também impacta nos preços insumos e os produtores seguem atentos a esse quadro. Porém, o mais importante agora é a consolidação das chuvas, os agricultores não devem se precipitar”, alerta Carlotto.
Milho Safrinha
Diante do clima seco em março e abril, a produção de milho registrou uma quebra de 3 milhões de toneladas, o equivalente a 30% da perspectiva de colheita nesta temporada. “Poderíamos ter colhido perto de 7 milhões de toneladas. E tivemos preços entre R$ 35,00 até R$ 40,00 a saca, porém, os produtores já haviam negociado com valores ao redor de R$ 25,00 a saca. Então, os agricultores precisam de uma boa produção para tentar equilibrar as contas”, acredita o analista técnico.