Com chuvas irregulares, produtores seguem cautelosos em relação ao plantio da soja em Nova Mutum (MT)
Diante das chuvas irregulares, os produtores rurais de Nova Mutum (MT) ainda seguem cautelosos em relação ao plantio da soja. A semeadura começa de maneira bem tímida e somente em propriedades em que há umidade no solo. Na madrugada desta sexta-feira (23), as chuvas foram mais generalizadas, o que permitiu o início dos trabalhos nos campos em algumas localidades.
“Após as perdas da safra passada, esse é um ano de cautela. Os agricultores aguardam a umidade correta para a germinação das sementes. De maneira nenhuma podemos arriscar plantando no pó, como já aconteceu em safras anteriores”, reforça o presidente do Sindicato Rural do município, Emerson Zancanaro. E, por enquanto, as previsões climáticas só indicam chuvas mais consistentes para a região a partir do começo de outubro.
Em relação aos investimentos, a liderança também destaca que, os produtores da localidade tiveram problemas com o crédito restrito. “Isso acabou refletindo no planejamento da safra 2016/17, uma vez que, muitos agricultores ainda estão fechando os pacotes e pagarão mais caro. Os investimentos em adubação também podem cair, dependendo da situação de cada produtor”, completa.
Paralelamente, outra preocupação nesse momento é em relação ao cancelamento dos pedidos das sementes. “Algumas empresas estão cancelando os pedidos, especialmente os que não foram pagos à vista. Estão sendo relatados problemas na qualidade das sementes e esse é um atraso que pode acarretar em perdas de produtividade. Como o produtor está com crédito menor, talvez possam investir fora da janela ideal”, explica Zancanaro.
No caso da comercialização, em torno de 40% a 50% da expectativa de colheita nesta temporada já foi negociada antecipadamente. A liderança ainda sinaliza que, os produtores esperam novos repiques nos preços para dar continuidade aos negócios. “Também esperamos a definição da safra americana. É um ano de prudência, e já estamos alertando sobre a possibilidade de problemas com a mosca branca na nossa região”, acredita o presidente do sindicato.