Com quase 6 meses de estiagem, cidades do Oeste da Bahia decretam estado de emergência

Publicado em 17/06/2016 11:23
28 cidades da região já decretaram estado de emergência. Medida irá ajudar os produtores na renegociação das dívidas. Cenário já afetou a economia dos municípios. Estiagem é a mais severa desde 1932. Em LEM, quebra na soja ultrapassa os 35%, alguns produtores colheram entre 10 a 15 scs/ha. No caso do algodão perdas podem superar os 50%.

A seca permanece castigando a produção agrícola em toda a região Oeste da Bahia. Como consequência, muitos municípios da localidade já decretaram estado de emergência, uma iniciativa do Sindicato Rural de Luís Eduardo Magalhães. A última chuva volumosa ocorreu durante o mês de janeiro e desde lá, as lavouras receberam pequenas precipitações localizadas, o que resultou em perdas expressivas na safra 2015/16.

De acordo com a presidente do sindicato rural de LEM, Carminha Missio, a medida irá ajudar os produtores a renegociarem as suas dívidas. “A última estiagem semelhante a essa aconteceu em 1932. Até as águas dos rios diminuíram e a irrigação também foi prejudicada. E, com o decreto, os produtores poderão negociar junto às instituições financeiras, sem comprometer a aquisição de novos créditos e o planejamento da próxima safra. Sem contar que essa é uma situação de todo o Matopiba”, reforça a liderança.

Frente a esse quadro, a orientação é que os produtores façam laudos técnicos das áreas afetadas pelo clima seco. “É importante que os produtores tentem a renegociação antes do vencimento das contas. E irá depender de caso a caso. É uma situação muito difícil para os produtores e já afetou a economia das cidades da região, o comércio está estagnado. Temos um aumento no desemprego, uma vez que os produtores não têm recursos para manter as suas equipes. Há uma insegurança muito grande e, até por isso, acreditamos que tenha crescido os casos de roubos e assaltos”, diz Carminha.

Produção agrícola

No caso da soja, as perdas superam os 35% na produção nesta temporada na região de LEM. Muitos produtores colheram ao próximo de 40 sacas da oleaginosa por hectare. “Mas muitos conseguiram um rendimento médio entre 14 sacas a 15 sacas por hectare e muitos nem colheram. O custo dessa safra ficou próximo de 47 sacas do grão por hectare. Então ficou um prejuízo muito grande ao produtor”, destaca a presidente do sindicato.

Em anos com clima normal, a produtividade média das lavouras fica próxima de 60 sacas de soja por hectare. Porém, ainda é preciso ressaltar que em algumas microrregiões os produtores já enfrentam a seca por mais tempo. No algodão, os produtores estão iniciando a colheita e a perspectiva é uma quebra entre 40% até 50% na safra. 

Leia mais:

>> A pedido do Sindicato Rural de LEM, municípios do oeste baiano decretam estado de emergência

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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