Clima contribui e produtores finalizam a colheita da soja em Passo Fundo (RS)
No Rio Grande do Sul, cerca de 55% da área cultivada com a soja já foi colhida até o momento, de acordo com último boletim informativo da Emater/RS. Em Passo Fundo, o clima contribuiu e os trabalhos nos campos estão sendo finalizados pelos produtores rurais. Já a produtividade média está entre 55 sacas a 60 sacas do grão por hectare.
O produtor rural e tesoureiro da Associação dos Cerealistas, Dilermando Rostirolla, destaca que, ao contrário de outras localidades do estado que sofrem com as chuvas constantes, na região o clima foi favorável. “Até por isso, tivemos uma safra mais tranquila em relação às pragas e doenças, então o produtor não teve um custo tão elevado nesta temporada”, pondera.
Em relação aos negócios, o produtor ainda ressalta que mais de 50% da safra gaúcha já foi comercializada antecipadamente. “Tivemos muitos negócios para entrega em maio/16, o que acabou freando os preços. Os compradores não buscam novas aquisições nesse momento, com isso, o mercado está travado. Ainda assim, na medida em que o grão escassear, a tendência é do comprador colocar o preço. Temos perspectivas de valores melhores”, explica Rostirolla.
Milho x trigo
No milho, a colheita já está completa em 80% da área plantada em todo o estado, ainda de acordo com a Emater/RS. “Quem apostou e plantou colhe bons frutos. As cotações superaram as expectativas, o produtor rural está muito satisfeito. Atualmente, a saca do cereal é cotada entre R$ 50,00 até R$ 52,00 na região”, diz o produtor.
Diante do clima favorável, a produtividade média das lavouras ultrapassa as 200 sacas do grão por hectare. “Por essa razão, os produtores já projetam uma área maior de milho na próxima safra. Situação que deve levar a uma redução de mais de 30% na área do trigo na safra de inverno”, acredita Rostirolla.
Paralelamente, a tonelada do trigo de Ph 72 é cotada a R$ 700,00 em Passo Fundo. “Um trigo de qualidade não pode ser negociado nesses patamares. O valor do trigo precisa subir e superar o do milho. Os custos do trigo são elevados, mas precisamos do produto e não há grandes estoques, sem contar que a qualidade do grão não é boa. Os moinhos terão que comprar, acho que os preços podem subir”, finaliza Rostirolla.