Soja no Oeste da BA perde até 10% do potencial produtivo a cada dia sem chuva. Produtividade média já reduziu de 57 para 35 scs/ha

Publicado em 02/03/2016 12:06
Produtividades médias abaixo de 43 sacas por hectare (valor atribuído ao custo de produção) já configuram prejuízos ao produtor

Grande parte das lavouras de soja no município de Luiz Eduardo Magalhães (BA) estão a mais de 30 dias sem receber chuvas e com altas temperaturas. O tempo quente associado a períodos de baixa umidade predispõem as sementes ao “enrugamento”, e a maturação acelerada, causando danos diretos na produtividade.

De acordo com o diretor de grãos do Sindicato rural de LEM, Celito Eduardo Breda, a expectativa inicial da região era colher 57 sacas por hectare, com custo de 43 sc/ha. Depois do longo período de estiagem, as projeções indicam uma perda média de 30% dependendo da região.

"Hoje os otimistas falam de no máximo 40 sacas por hectare e tem alguns que são mais pessimistas que acreditam no máximo em 30 sacas por hectare. Então a variação vai depender da região", explica Breda.

Segundo ele, a seqüência no padrão climático de estiagem e alta temperatura podem trazer prejuízos de 7% a 10% por dia. E, mesmo que as chuvas retornem a região, muitas áreas não terão condições de se recuperar das perdas.

As previsões climáticas para a região chegam a indicar chuvas para esta semana. De acordo com o agrometeorologista, Marco Antonio dos Santos, o maior volume deve ocorrer somente "no começo da semana que vem, onde ai sim, irá retornar o tempo chuvoso à toda a região. Sendo que o mês de março será com chuvas dentro da média. O problema é que essas chuvas irão retornar tarde, infelizmente, para a maioria dos produtores", destaca.

"Muitos produtores não vão conseguir cumprir os contratos com as traders, eles irão querer cobrar a multa e o produtor não tem condições de bancar esses valores", pondera o diretor.

De acordo com ele, cerca de 2,6 milhões de toneladas - aproximadamente 25 a 30 sacas por hectare -  já estão comprometidas em contratos futuros.  Assim, produtividades médias abaixo de 43 sacas por hectare (valor atribuído ao custo de produção) já configuram prejuízos ao produtor.

Outro fator importante a destacar é a dependência da economia do município ao agronegócio e a grave situação nesta safra, poderá ter efeito sobre a receita de LEM.

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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