Soja do tarde é a que mais sofre com o calor intenso no Matopiba
Em todo o Matopiba e em especial no Oeste da Bahia, a seca severa no período de enchimento dos grãos tem causado grandes prejuízos aos produtores. Os casos mais graves são nas lavouras tardias que estão a mais de 20 dias sem receber chuvas.
O tempo quente associado a períodos de baixa umidade predispõem as sementes ao “enrugamento” e a danos mecânicos durante a colheita. Além disso, a maturação pode ser acelerada pela ocorrência de altas temperaturas.
Essas condições de tempo produzem a escaldadura das plantas, provocando a retenção foliar e grãos menores. De acordo com o jornalista João Batista Olivi, a situação é generalizada em todo o Matopiba, e mesmo com previsão de chuvas para os próximos dias, os volumes não devem ser suficientes para reverter às perdas em todos os Estados.
O produtor rural de Luis Eduardo Magalhães, Marcos Ponga, explica que as sojas cultivadas mais cedo também apresentam queda na produtividade, mas não são tão graves quanto a tardia. "Se não chover nos próximos dias, será muito difícil conseguir colher, e tem áreas que não há mais o que fazer, perdeu tudo", declara.
De acordo com previsões dos institutos meteorológicos, na próxima quarta e quinta-feira deve chover 2 mm na região, mas os volumes mais expressivos só são esperados para final de semana, com 11 mm no sábado.
"Se chover ainda ajuda muito, salva muitas lavouras, mas o prejuízo já está instalado na região", alerta o produtor. Segundo ele, era necessário que as autoridades do município decretassem situação de emergência para que, especialmente os pequenos produtores, tenham acesso ao crédito de proteção e consigam dar continuidade a atividade no Oeste da Bahia.
Austrália vê impulso na produção agrícola após El Niño
SYDNEY, (Reuters) - A produção agrícola da Austrália deve se recuperar na próxima temporada, após o El Niño mais forte em quase 20 anos ter ressecado as safras do país, disse o principal centro de previsões para commodities da nação.
A produção de produtos básicos como trigo, algodão e leite deve subir durante a temporada de 2016/17, de acordo com o Centro Australiano de Agricultura, Recursos Econômicos e Ciências Rurais (Abares, na sigla em inglês), embora a produção de carne bovina no terceiro maior exportador deva cair devido à baixa oferta.
O aumento dos plantios e uma melhora esperada em condições sazonais devem produzir uma safra de 24,5 milhões de toneladas de trigo, o que pode ser uma máxima de três anos. A Austrália, quarta maior exportadora de trigo do mundo, produziu 24,2 milhões de toneladas em 2015/16.
A produção de algodão australiana deve subir 50 por cento, disse o órgão. A produção atingirá 816 mil toneladas em 2016/17, alta ante as 546 mil toneladas um ano antes, quando a seca privou os produtores da irrigação necessária.
No entanto, a produção de carne bovina australiana deve cair para uma mínima de três anos, com os produtores reconstruindo seus estoques após o tamanho do rebanho nacional ter caído para uma mínima de pelo menos duas décadas.
A Abares estimou as exportações de carne bovina do país em 2,16 milhões de toneladas em 2015/16, queda de 10 por cento ante o ano anterior.
(Por Colin Packham)