Com chuvas irregulares, produtores já esperam queda na produtividade da soja das áreas de sequeiro em Paracatu (MG)

Publicado em 29/02/2016 10:41
Áreas de sequeiro são as mais atingidas pela irregularidade climática na região. Com compradores fora do mercado, negócios caminham lentamente. Saca da soja é cotada a R$ 65,00, mas valor já esteve em R$ 77,00 a saca. No milho, preocupação é com o enfezamento vermelho que já tem ocasionado perdas em algumas lavouras. Cotação gira em torno de R$ 38,00/sc.

As lavouras de soja cultivadas em áreas de sequeiro em Paracatu (MG) sofreram com a irregularidade de chuvas registrada ao longo do mês de fevereiro. Além disso, o sol forte queimou algumas plantações na região, que estão, em sua maioria, na fase de enchimento de grãos. Como consequência, a perspectiva é de uma produtividade menor nesta temporada.

Em contrapartida, nas áreas irrigadas, a produtividade foi favorável para essa safra e, em alguns casos pontuais, chegou a ultrapassar as 100 sacas por hectare, conforme destaca o produtor rural do município, João Alves da Fonseca. Com isso, a estimativa é que a perda possa ser compensada, contudo, os agricultores precisarão finalizar a colheita do grão, que, por enquanto, chega a 60% da área total semeada nesta safra.

“Tivemos, dentro de uma mesma propriedade, até 25 dias sem chuvas. E dependendo de qual estágio está a lavoura, o sofrimento é muito e a queda da produtividade é grande. Se tivermos o retorno das chuvas, algumas plantas até poderão se recuperar, porém, as que perderam as folhas a situação é grave e o rendimento não irá melhorar”, explica Fonseca.

Comercialização da soja

Em meio à retirada dos compradores do mercado, os negócios caminham lentamente. Fonseca destaca que muitas empresas ainda aguardam o desenrolar da safra para retornarem aos negócios. Nesse instante, a saca da oleaginosa é cotada a R$ 65,00 na região.

“Mas já tivemos preços ao redor de R$ 77,00 a saca do grão. E, em um prazo de 10 dias, a cotação baixou para R$ 66,00 a saca. Está todo mundo em compasso de espera e observando a safra. Ainda é um bom valor para essa safra, pois os agricultores compraram os insumos antes da valorização do dólar”, ratifica o produtor.

Milho safrinha

O cereal já foi cultivado nas áreas de sequeiro que estavam com feijão e também ainda será plantado nas áreas com a soja precoce. Na localidade, os produtores têm mais 15 dias para finalizar a semeadura do cereal e também do sorgo.

Entretanto, os produtores seguem preocupados com a alta incidência das cigarrinhas nas lavouras, que transmitem o enfezamento vermelho. “Isso é muito preocupante também para as empresas produtoras de sementes de milho. Os produtores relatam que não conseguem controlar a cigarrinha, o tempo tem dificultado o controle e em algumas áreas as perdas são totais”, ressalta Fonseca.

Em relação aos preços, o produtor ainda afirma que os valores giram em torno de R$ 38,00 a R$ 40,00 a saca. “E não temos perspectivas que as cotações baixem muito e fiquem abaixo de R$ 32,00. Terá que surgir um fato novo, extraordinário para mudar esse cenário. Os compradores ainda compram da mão-pra-boca e, ninguém tem milho estocado ou está estocando”, finaliza o agricultor. 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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