Produtores iniciam a colheita da soja precoce e quebra chega a 20% em Santa Catarina

Publicado em 19/01/2016 10:10
No milho, a perda também deve ficar próxima de 20%. Ambas as culturas foram afetadas pelo excesso de umidade e a falta de luminosidade. Preços estão mais altos, saca do milho chega a ser negociada a R$ 45,00 e a soja perto de R$ 80,00. Com redução de 25% na plantada e a quebra na safra, estado terá que importar mais milho para atender a demanda interna.

Em Santa Catarina os produtores iniciaram a colheita da soja precoce e os resultados indicam uma quebra de 20% na produtividade. O excesso de chuva na fase de floração foi o principal fator que prejudicou o desenvolvimento das lavouras.

Segundo o presidente do sindicato rural e vice-presidente da Faesc (Federação de Agricultura e Pecuária de Santa Catarina), Enori Barbieri, o rendimento nesta temporada ficou muito abaixo dos outros anos. Nas primeiras áreas colhidas a produtividade foi de 40 a 50 sacas por hectare, contra 55 a 60 sc/ha na média das últimas safras.

"Nós esperamos que as lavouras mais tardias possam alcançar um rendimento melhor", ressalta o presidente. No estado além do excesso de chuva a falta e luminosidade também afetou a produtividade dos grãos.

Milho

Para o milho, a perda também deve ficar próxima de 20%. O rendimento das primeiras colheitas está entre 150 a 160 sacas por hectare, contra 200 a 220 sc/ha da média anual do estado. "Nós que já somos importadores tradicional de mais de 2 milhões de milho para o sistema agroindustrial, neste ano com a quebra vai nos obrigar a ir buscar mais de 3 milhões", ressalta.

Com isso os preços do cereal se elevaram no estado, a exemplo do que ocorre em outras regiões. Com redução de 25% na plantada e a quebra na safra, a saca do milho chega a ser negociada a R$ 45,00 no porto.

Esse cenário também tem influenciado no setor de proteína animal. A produção do milho no Estado é insuficiente para atender a demanda do setor de carnes e, muitos produtores precisam arcar com frete para trazer a matéria prima de outras regiões.

"Não dá mais para o produtor sustentar a cadeia produtiva, com preços baixos lá na ponta final", alerta Barbieri afirmando que é preciso considerar ainda que os agricultores também passaram por um período de crise no último ano com os preços do cereal muito abaixo dos custos de produção.

>> Suínos: Alta nos custos de produção deixam margens negativas aos produtores no começo de 2016

Segundo ele, o governo não possui estoques para regular a oferta ao setor granjeiro, por isso um recurso seria repassar as altas no custo de produção ao preço final das carnes, mas a redução no poder de compra da população brasileira inviabiliza essa medida no mercado interno.

Um fator que pode ser positivo neste momento é a abertura de novos mercados exportadores, sendo um importante viés de escoamento da produção a valores mais altos. "O problema estão nas empresas que atendem o mercado interno e não conseguem transferir os custos para o consumidor. Nessas com certeza teremos uma redução na produção, até que eles consigam fazer uma adequação que se torne viável a sua atividade", destaca.

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Por: Fernanda Custódio e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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