Em Carazinho (RS), soja está em fase de enchimento de grãos e produtores esperam chuvas
Após o excesso de chuvas em dezembro, os produtores rurais de Carazinho (RS) estão preocupados com a ausência de precipitações e as altas temperaturas. Sem chuvas há mais de 10 dias, as lavouras de soja, que estão em fase de floração e enchimento de grãos, já sofrem com as condições climáticas adversas. Caso não haja chuvas nos próximos dias, o rendimento das plantações poderá ser afetado.
O vice-presidente do Sindicato Rural do município, Paulo Vargas, ressalta que o volume acumulado de chuva em janeiro é de 37 mm. “As lavouras bem nutridas devem resistir até a próxima semana, quando temos previsão de chuva. Porém, as temperaturas elevadas contribuem para o processo de evapotranspiração da planta e podemos ter o abortamento de flores e dos grãos. Não há como resistir com temperaturas entre 35ºC a 36ºC durante 10 até 15 dias e não apresentar algum tipo de perda de potencial”, explica.
Ainda assim, Vargas destaca que é cedo para considerar perdas na produção e é preciso acompanhar o clima na região. “Apesar das chuvas de mais de 590 mm de dezembro, que fez com as raízes das plantas ficassem superficiais e, agora do tempo um pouco mais seco, as perspectivas são boas até o momento. A produtividade média para a nossa região varia entre 50 sacas até 65 sacas de soja por hectare”, completa.
Pragas e doenças
O excesso de umidade também contribuiu para o aparecimento das doenças nas lavouras de soja, principalmente a ferrugem asiática. “Os produtores estão com dificuldades em entrar nas lavouras e realizar o controle, que está sendo feito em horário noturno. E estamos usando produtos mais eficientes, já que muitos fungicidas não apresentam o resultado e esperado”, ressalta a liderança sindical.
Comercialização da soja
Na região de Carazinho, os produtores ainda têm cerca de 20% da soja da safra passada para ser negociada. E, nesse momento, a saca do grão é cotada a R$ 82,00 na localidade, nas cerealistas, o valor ao produtor é de R$ 77,50 a saca da oleaginosa. Da safra atual, as vendas antecipadas giram em torno de 40%.
Milho
No caso do milho, as lavouras também apresentam boas condições, porém, a falta de luminosidade acabou atrapalhando o enchimento das pontas das espigas. “A área cultivada com o grão foi menor nesta temporada em função do clima, que é muito instável. O produtor leva em consideração esse fator e acabou optando pela cultura da soja. Já os preços estão próximos de R$ 30,50 a saca do cereal, mas acreditamos que deva haver uma alteração para cima devido à redução na área plantada”, finaliza.