Chuvas continuam no Paraná e atrasam início da colheita da soja
O excesso de umidade já tem comprometido o início da colheita da soja em algumas regiões do Paraná. Inclusive, em algumas áreas os produtores já ressaltam que há soja brotando nas lavouras. Com isso, a perspectiva é de uma redução na produtividade das plantações para essa temporada. Em Goioerê, por exemplo, o rendimento deverá ficar próximo de 55 sacas do grão por hectare, contra uma média de 70 sacas por hectare em anos normais.
Diante desse quadro, o presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho) do Paraná, José Eduardo Sismeiro, destaca que a produção de soja no estado deverá alcançar 16 milhões de toneladas nesta temporada. “O número estimado anteriormente, de 18 milhões de toneladas, está superestimado. As chuvas continuam e podem resultar em um prejuízo maior aos produtores”, completa.
A liderança ainda ressalta que seria necessária uma semana de sol e tempo firme para que os produtores conseguissem realizar a colheita. “Os produtores precisam uniformizar a colheita. Em muitas áreas, será necessário utilizar o dessecante, porém, se as chuvas não derem trégua, a soja pode apodrecer na lavoura. Estamos em um momento crucial”, explica Sismeiro.
Paralelamente, há a preocupação com a incidência de doenças, especialmente a ferrugem asiática. Frente ao clima úmido, foram necessárias mais aplicações nas plantações para conter a doença, o que também acabou pesando no bolso dos produtores rurais.
Em relação aos contratos fixados antecipadamente, o presidente da entidade afirma que não há preocupação com a entrega do produto. “Acredito que teremos o produto para garantir o cumprimento dos acordos. Temos em torno de 35% a 40% da soja estimada para essa safra já negociada, com valores entre R$ 57,00 até R$ 65,00/sc”, diz.
Milho
A saca do milho está sendo negociada ao redor de R$ 30,00 em Goioerê. Entretanto, no porto, o valor chega a R$ 45,00/sc, conforme sinaliza o presidente. “Temos então cerca de R$ 15,00 que está ficando para o frete e para as cooperativas. Precisamos deixar uma margem também aos produtores. Acreditamos em um horizonte positivo aos preços do milho, mas precisamos entender que tudo tem um teto e milho muito alto pode inviabilizar a cadeia de suínos e aves”, finaliza Sismeiro.