Mesmo com preços do milho em alta nos últimos meses, rentabilidade da soja ainda é maior em reais

Publicado em 12/01/2016 16:57
Considerando custo do primeiro semestre de 2015 e preços de dezembro, soja tem rentabilidade entre 40% a 80% enquanto milho rende entre 20% a 60% por real investido

Mesmo com a recuperação dos preços do milho no mercado interno, que chegou a bater R$ 43,00 a saca em Paranaguá nos últimos dias, a rentabilidade da soja ainda é mais atrativa em reais.

De acordo com analise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a rentabilidade da temporada 2015/16, pode ser ainda maior que a da anterior, assim a soja se mantém competitiva em relação a outras culturas, seguindo na liderança em área cultivada no Brasil.

Segundo o pesquisador do Centro, Mauro Osaki, a elevação na taxa de câmbio elevou não só os preços do milho, mas também ajudaram na composição dos preços da oleaginosa no mercado interno. "Comparando o cenário dos dois produtos, no caso da soja a cada real investimos o retorno é de 40% a 80%, enquanto que o milho rende entre 20% a 60% com o mesmo real investido, considerando o preço de dezembro e o custo do primeiro semestre de 2015", explica.

Osaki explica que a variação no percentual do rendimento vai depender a eficiência na gestão dos custos de produção, e na comercialização. No entanto, em alguns casos uma boa produtividade do cereal, em detrimento da soja, pode trazer uma rentabilidade melhor para a cultura do milho, "mas isso depende de uma condição climática muito favorável, o que não tem sido constatado para algumas regiões de milho verão", ressalta Osaki.

Assim, o Centro espera que a próxima safra deve bater novo recorde de produção. No final de dezembro, os preços no mercado interno estavam maiores que os de 2014, mas em dólar, bem menores. Segundo levantamentos do Cepea, até dezembro, cerca de 40% de toda a produção da oleaginosa já havia sido comercializada.

"Em função do câmbio ainda é um pouco mais favorável o cultivo da soja, pois tem vantagem em função da liquidez, é menos sensível a seca, então o risco da oleaginosa é um pouco melhor que o cereal. Mas vale ressaltar, que se determinada região tiver produtividade melhor para o milho do que para a soja, então o cenário muda", destaca o pesquisador.

Outro alerta é quanto à gestão da produção, pois em anos de incertezas políticas e econômicas, a taxa de câmbio influência fortemente na rentabilidade dos produtores em todos os seguimentos. Segundo Osaki, o dólar alto certamente irá impactar na safra 2016/17, considerando a taxa se mantendo próximo aos R$ 4,00.

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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