Com excesso de chuvas, houve lixiviação nas lavouras de soja em Santo Ângelo (RS) e expectativa é de queda na produtividade

Publicado em 08/01/2016 09:30
Falta de luminosidade também comprometeu o desenvolvimento das plantas. Produtores tiveram que fazer replantio de muitas áreas. Logística também é uma apreensão devido ao excesso de chuvas que afetou muitas estradas. No milho, agricultores iniciam a colheita com perspectiva de bom rendimento. Preço do cereal está mais alto, saca é cotada a R$ 33,50, mas produtores ainda têm muitas dívidas decorrentes da quebra na produção de trigo.

Devido ao excesso de chuvas foi decretado estado de emergência na cidade de Santo Ângelo (RS). Em apenas 60 dias, as precipitações superam os 1000 mm acumulados. E o reflexo desse cenário adverso já pode ser observado nas lavouras de soja desta temporada, que deve registrar uma queda na produtividade.

Além disso, o presidente do Sindicato Rural do município, Cláudio Duarte, explica que as chuvas excessivas houve lixiviação do solo e muitos nutrientes e adubos foram levados pela água. Com isso, a produtividade média estimada inicialmente, entre 45 sacas a 50 sacas do grão por hectare, não deverá ser alcançada.

“Muitos produtores tiveram que fazer o replante da oleaginosa pela 4ª vez e alguns até deixaram de semear o grão e deverão investir na cultura do milho. Ainda no caso da soja, há a preocupação com o controle da ferrugem asiática. Em algumas áreas não há como entrar nas lavouras e fazer o controle devido ao excesso de umidade”, afirma o presidente.

Logística

Paralelamente, as chuvas fortes também afetaram as estradas e pontes da região. “Essa é uma situação que já começa a preocupar os produtores rurais, uma vez que o conserto das rodovias ainda não foi feito, até porque ainda estamos recebendo chuvas. Porém, já começamos a colheita do milho e daqui a pouco teremos a colheita da soja e precisaremos tirar os grãos das propriedades”, pondera Duarte.

Milho

Em Santo Ângelo, os produtores já iniciaram os trabalhos de colheita do milho e as perspectivas são favoráveis. Ao contrário do que aconteceu com a soja, as chuvas para as plantações do milho contribuíram para consolidar a produção. Nas áreas de sequeiro, o rendimento médio deve ficar entre 100 sacas até 150 sacas por hectare, já em áreas irrigadas, a produtividade pode totalizar 180 sacas até 240 sacas por hectare. E em função dos preços mais baixos no momento da tomada de decisão, os produtores reduziram em 28% a área cultivada com o cereal nesta safra.

“Entretanto, o cenário mudou e hoje o preço está R$ 10,00 acima do que estava no ano passado e gira em torno de R$ 33,50 a saca. E o volume comprometido está próximo de 30% na nossa região. Ainda assim, a perspectiva é que os produtores utilizem parte do retorno do milho para pagar dívidas que ficaram para trás com a produção de trigo”, sinaliza a liderança sindical.

Frente às chuvas volumosas, as lavouras de trigo registraram perdas expressivas no rendimento. A produtividade média da safra de inverno ficou em 10 sacas a 18 sacas do grão por hectare. 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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