Em São João (PR), produção de soja já tem perda estimada em 20% devido ao excesso de chuvas e falta de luminosidade
Na região de São João (PR), os produtores já registram perdas de 20% na produção de soja devido ao excesso de chuvas e a falta de luminosidade. Muitas lavouras estão apresentando coloração mais clara e plantas com porte menor.
Segundo o presidente do sindicato rural, Arceny Bocalon, houve a necessidade de replantio em cerca de 5% da área, mas nos últimos dias o tempo ficou aberto e a expectativa é que as lavouras consigam revigorar.
"Agora tivemos uma semana de sol, o que ajuda bastante na granação da soja que estão em formação, e nos tratos culturais. Com isso esperamos uma recuperação de 20% a 30%", explica Bocalon.
Segundo ele, muitos produtores anteciparam o plantio da soja devido às previsões de grandes volumes de chuvas para a região a partir de outubro. Nessas áreas as plantas se desenvolvem melhor, e podem ter um desempenho superior.
No entanto, outras regiões encerraram a semeadura na última semana, e mesmo dentro da janela ideal, o atraso pode refletir em uma redução na produtividade.
"Para aqueles que não conseguiram plantar até outubro, sofreram com o atraso de plantio, como vão ter também uma diminuição de grãos por hectare", ressalta o presidente.
Na última semana o Deral (Departamento de Economia Rural) realizou um levantamento na região para avaliar a situação das lavouras. Segundo eles, a produtividade média neste ano deve ficar em torno de 54 a 55 sacas por hectare, contra as 70 sc/ha de anos anteriores.
Outra preocupação é quanto ao aparecimento de doenças. O clima úmido favorece o desenvolvimento principalmente da ferrugem asiática, e a dificuldade de adentrar as plantações dificulta o controle. No entanto, nesta semana houve um período de estiagem onde foi possível realizar os tratos culturais.
Comercialização
Diante da valorização do câmbio, os produtores aproveitaram as oportunidades para realizar a comercialização antecipada. Na região os contratos chegaram até R$ 75,00/sc.
"Acredito que haverá grande especulação, e se o dólar chegar a R$4,00, podemos pegar R$ 68,00 a R$ 70,00 no período da colheita", considera Bocalon.
Milho
Devido à competitividade com a soja, a área de milho segunda safra sofreu uma redução de 70% nesta temporada e, os produtores optaram por investir na safrinha.
O clima também tem influenciado nas lavouras do cereal. O excesso de chuvas prejudica a polinização, causando falhas na espiga. Com isso a estimativa de rendimento para essa safra é de 400 sacas por alqueire.
Por outro lado, os preços do cereal reagiram nos últimos meses, sendo cotado a R$ 34,00 a saca no contrato futuro. Segundo Bocalon, com esse cenário os produtores poderão obter lucro de 30 a 40% na primeira safra.