Com excesso de chuvas, produtores terão que replantar cerca de 10 mil hectares em Ijuí (RS)
Na região de Ijuí (RS), o excesso de chuva danificou as lavouras de soja e obriga os produtores a realizarem o replantio. De acordo com estimativas da Emater, cerca de 10 mil hectares da oleaginosa precisaram ser ressemeados nesta safra.
Segundo o presidente do sindicato rural, Ércio Luiz Eickoff, as previsões climáticas para as próximas semanas continuam indicando chuvas para a região, o que pode elevar ainda mais as perdas no campo. "Quando se tem excesso de chuva às doenças aumentam e o produtor fica impossibilitado de fazer os tratos necessários", complementa Eickoff.
Para o presidente, o clima chuvoso exigirá que os produtores realizem mais aplicações de fungicidas para controlar a ferrugem asiática, podendo aumentar os gastos em uma temporada que foi marcada por altos custos de produção.
Diante desse cenário a expectativa é de queda no rendimento das lavouras, cuja janela ideal de plantio está atrasada. "Ele poderá colher menos soja, e com um custo muito maior. Em algumas áreas (principalmente o replantio) os gastos quase que dobraram", alerta o presidente.
No município o plantio da soja atingiu 90%, sem considerar as áreas de ressemeadura, por isso ainda existe a expectativa de que até o final de dezembro as condições climáticas possam trazer mais problemas na cultura da soja.
Segundo Eickoff, a média de rendimento na região é de 50 a 60 sacas por hectare, e a projeção inicial para essa safra era de colher 55 sc/ha.
Preço
Na região a saca da soja é comercializada atualmente entre R$ 70,00 a R$ 72,00 - valor que segundo Eickoff - são remuneradores. No entanto, os produtores estão cautelosos quanto aos futuros da soja na Bolsa de Chicago.
Com a elevação da taxa de câmbio, os preços no mercado interno estão em alta, porém qualquer movimento de queda no dólar, poderia derrubar as cotações da soja no Brasil.
"Além dos problemas com o clima, ainda corremos o risco de a política alterar a taxa de câmbio, e o produtor ficará em uma situação muito difícil, porque os custos estão baseados no dólar de hoje", declara o presidente.