Já se estimam perdas de até 20% no potencial produtivo das lavouras de soja do Paraná
A falta de luminosidade nas lavouras de soja do Paraná pode prejudicar o rendimento da cultura nesta temporada. O Estado que tem o plantio da oleaginosa mais adiantado no país, sofre agora com a falta de sol em algumas regiões.
De acordo com o gerente da Coamo (Cooperativa Agropecuária Mourãoense), Waldomiro Nesi, na região de Mangueirinha (PR), "as primeiras sojas foram plantadas no inicio de outubro e estão iniciando o florescimento, mas está faltando sol. Nos últimos 15 dias choveu praticamente o período todo, e quando não choveu o tempo ficou fechado", explica.
Segundo ele a falta de luz solar impede que a planta se desenvolva bem, diminuindo o tamanho da raiz, da planta, do pegamento de flor e de vagem. Por conta desse cenário, na região, os produtores já contabilizam perdas em torno de 20% no sudoeste do estado.
Nesi afirma ainda que os cultivos precisariam de pelo menos 10 dias de tempo aberto para retomar o máximo potencial produtivo. As previsões climáticas, no entanto, indicam uma continuidade das chuvas para o Estado. O boletim climático da Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná) informa que áreas de instabilidades vindas do Paraguai avançam pelo Paraná com chuvas fortes e grandes chances para ocorrências de temporais localizados nas diversas regiões do Estado até o final de novembro.
Com isso, a expectativa inicial de rendimento acima de 80 sacas por hectare fica comprometida.
Sementes
O município de Mangueirinha é tradicional na produção de sementes de soja, e a falta de luminosidade nesta temporada também preocupa os produtores.
A região que é conhecida por fornecer sementes de alta tecnologia, apesar de ainda não ter registrado prejuízos na produção, teme a queda de qualidade por conta do clima irregular.