Monopólio da ferrovia e falta de investimento nas rodovias da região são os principais desafios no Sul de MT, diz Vice-presidente eleito da Aprosoja
Com um cenário político e econômico conturbado, a nova direção eleita para conduzir a Aprosoja Mato Grosso no biênio 2016/17, considera que a Associação terá grandes desafios para auxiliar os produtores na gestão de suas propriedades.
A chapa “Aprosoja Forte” encabeçada pelo produtor rural de Nova Xavantina, Endrigo Dalcin, foi eleita com 60% dos votos na primeira eleição da entidade com duas chapas, realizada no último dia 09 de novembro.
Entre os principais desafios estão os entraves logísticos que também impactam diretamente na rentabilidade dos produtores. Segundo o vice-presidente sul, Arthur Flumian Braga, o monopólio da ferrovia e a falta de investimento nas rodovias são os principais problemas da região sul.
"Nós já temos a ferrovia instalada, porém como ela tem uma modelo de concessão que dá muito poder para uma empresa só, não há abertura para outros players entrarem nesse seguimento, e acaba que o custo do frete ferroviário fica igual, ou até mais caro que o rodoviário", explica Braga.
Neste sentido a Aprosoja pretende buscar mecanismos junto aos órgãos competentes para melhorar a competitividade do setor.
Safra 2015/16
Nesta safra os produtores estão enfrentando elevados custos de produção - devido à recente valorização do dólar - e intempéries climáticas influenciadas por uns dos El Niño mais fortes nos últimos anos.
De acordo com o último levantamento do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), 83,7% da área estimada em 9,2 milhões de hectares foram semeadas. Com atraso de 15 a 20 dias no início do plantio por conta da falta de chuvas, muitos produtores conseguiram avançar com os trabalhos de campo apenas em novembro.
Além disso, aqueles que conseguiram realizar o plantio logo no final do período proibitivo, acabaram sofrendo com estiagem, e em alguns casos precisarão realizar o replantio, refletindo diretamente no custo de produção.
Segundo ele, a preocupação agora é quanto ao cultivo do milho safrinha e algodão que podem perdem a janela ideal de plantio. "Muitos estavam programados para plantar mais cedo, já haviam comprado e feito contratos com a segunda safra de milho - já temos noticias de contratos cancelas - e muita gente vendeu muito cereal antecipado, que é um problema mais grave", ressalta o vice-presidente.