Manejo contra resistência da ferrugem precisa contar com proibição da safrinha de soja

Publicado em 11/11/2015 10:46
Sem expectativas para novas variedades resistentes à ferrugem e com a perda de eficiência dos fungicidas, proibição de segunda safra de soja é medida fundamental para controle da resistência dos fungos

A proibição da safrinha de soja que já ocorre em alguns estados do país e que recentemente também foi adotada pelo Paraná, é uma medida importante de manejo no controle da ferrugem asiática, mas não deve ser a única, alerta os especialistas.

Sem expectativas para o lançamento de novas variedades resistentes à ferrugem no longo prazo e com a perda de eficiência dos fungicidas disponíveis hoje no mercado, o engenheiro agrônomo e consultor, Erlei Melo Reis, afirma que o impedimento da segunda safra de soja é uma medida essencial neste momento.

"Nós entendemos o lado dos produtores que querem produzir cada vez mais soja, mas isso é maléfico para o sistema ao longo prazo. Então tecnicamente não é aconselhável plantar a safrinha, pois irá agravar cada vez mais a situação de sensibilidade dos fungos aos fungicidas - que hoje temos dificuldade de controle - e a duração de novas variedades será ainda menor", explica o engenheiro agrônomo.

Dentre os argumentos dos produtores está a alegação de que proibição do cultivo de soja sobre soja seria uma estratégia para impedir que os agricultores salvem suas sementes, uma vez que reservando a cultivar na primeira safra ela perderia o potencial produtivo.

Do outro lado, Erlei contra-argumentar que a medida em nada tem relação com a produção de sementes, e que a preocupação está em interromper a grande proliferação de grupos resistentes nas lavouras para não inviabilizar a produção no longo prazo.

"Para a safrinha ser mais eficiente é preciso complementar também com a fiscalização e o controle de guaxas ou tiguera, outros hospedeiros, e as regiões de fronteiras. Esses argumentos sim estão corretos, e estamos defendendo essa posição", acrescenta Reis.

Além disso, o engenheiro ressalta que apenas respeitando o período do vazio sanitário, que no Paraná vai de 15 de junho até 15 de setembro, seria suficiente para realizar o controle do fungo. "Surge uma possibilidade do agricultor que é justamente plantar variedades precoces no início do período recomendado - e isso é uma indicação da pesquisa - e também plantar parte da lavoura com cultivares de resistência parcial. É precisamos somar praticas para enfrentar esse inimigo", destaca.

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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