Proibição da safrinha de soja no Paraná gera polêmica entre os produtores. Ação tenta barrar a proliferação da ferrugem nas lavouras

Publicado em 13/10/2015 12:55
Proibição da safrinha de soja no Paraná gera polêmica entre os produtores. Ação tenta barrar a proliferação da ferrugem nas lavouras

Com objetivo de reduzir a proliferação e resistência dos fungos da ferrugem asiática, o Paraná divulgou comunicado proibindo o plantio de soja safrinha a partir da temporada 2016/17. A proibição foi estabelecida pela Portaria nº 193 da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) publicada no último dia 07/10/2015.

Medida semelhante já está em vigência em Mato Grosso e Goiás. O novo calendário estabelece o período de semeadura entre 16 de setembro e 31 de dezembro, enquanto o prazo para colheita e/ou interrupção do ciclo será 15 de maio, quando todas as áreas precisam estar colhidas e/ou as plantas dessecadas.

Segundo o diretor presidente da Adapar, Inácio Afonso Kroetz, essa é uma decisão que pretende ‘calendarizar’ o plantio e manter o controle da doença no estado "já que não temos praticamente mais nenhum agrotóxico no mercado que funcionem para esse fungo e, as indústrias que produzem esses agroquímicos já informaram que nos próximos 8 a 10 anos não teremos novas moléculas capazes de combater a ferrugem", ressalta.

Atualmente a sucessão de soja corresponde 132 mil hectares, no segundo maior produtor nacional da oleaginosa, que segundo Kroetz corresponde é um número pequeno diante da preocupação de se inviabilizar o plantio no estado caso medidas protetivas não sejam tomadas.

Ainda segundo o executivo, a solicitação desta medida veio de áreas técnicas e a possibilidade de proibir a semeadura da soja safrinha já estava em discussão há alguns meses, inclusive com reuniões dos técnicos da Adapar e outras entidades do agronegócio paranaense com produtores de diversas regiões do estado.

"A legislação não visa prejudicar alguém, ela pretende ajudar para que todos tenham o mesmo conhecimento e um comportamento mais próximo daquilo que a pesquisas oficiais e privadas preconizam", declara Kroetz.

Quem descumprir a norma corre o risco de punições que vão desde uma simples advertência até destruição da plantação e multa. Os produtores que são contra a medida reiteram que a proibição prejudicará o salvamento das sementes e impedirá o recolhimento da renda extra proveniente da safrinha. Além disso, a continuidade do plantio em outras regiões de fronteira e de sojas guaxa continuaria promovendo a proliferação da doença no estado.

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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