Plantio da soja chega 6,4% em Mato Grosso do Sul; na região sul trabalhos estão mais adiantados
O plantio de soja para a safra 2015/16 no Mato Grosso do Sul atingiu 10% da área total do estado. Segundo o analista técnico da Famasul (Federação de Agricultura do Mato Grosso do Sul), Leonardo Carlotto, a maioria dos produtores da região Sul já iniciaram o cultivo da oleaginosa, diferente do que acontece na região Norte onde o clima não favoreceu o inicio do plantio.
Com a baixa incidência de chuvas a região norte tem apenas 1% da área semeada, porém Carlotto explica que tradicionalmente os produtores desta localidade começam o plantio mais tarde por conta das condições geográficas. "A questões de altitude, relevo, tecnologia e tamanho de área, lá são produtores com áreas extensas e se comparado com a área total do estado, temos apenas 30%", completa.
A estimativa é que o estado cultive 2,4 milhões de hectares com soja, um avanço de 4,5% em relação à safra passada. De acordo com o analista esse é o menor crescimento registrado nos últimos cinco anos, haja vista que nesta temporada os produtores enfrentaram alta de 25% a 30% nos custos de produção.
A produção deve ficar em torno de 7,3 milhões de toneladas na safra 2015/16, mas com possibilidade de reajuste se o clima favorecer o cultivo neste ano.
A área do milho verão perderá espaço para a soja, já que a rentabilidade da oleaginosa influencia na tomada de decisão dos produtores. Além disso, Carlotto afirma que antecipação do plantio da soja facilitou a janela para o cultivo do milho safrinha, "por isso tivemos um acréscimo de 100% na área do milho safrinha nos últimos quatro anos", ressalta.
Comercialização
Aproveitando os bons níveis de preços puxados pela alta do dólar, os produtores do estado já comercializaram mais de 30% da safra 2015/16 de soja. Esse percentual é recorde, batendo a média de 12% em outros anos.
No estado a soja disponível é negociada de R$ 72,00 e R$ 73,00/sc e a cotação futura está entre R$ 60,00 a R$ 64,00 a saca de 60 kg.
Ainda assim "os produtores estão dependendo da produtividade das lavouras para conseguir equilibrar os custos e a rentabilidade", completa Carlotto.