Com chuvas insuficientes, produtores ainda não iniciaram o plantio da soja na região de Vera (MT)

Publicado em 29/09/2015 09:41
Com chuvas insuficientes, produtores ainda não iniciaram o plantio da soja na região de Vera (MT). Precipitações giram em torno de 30 a 50 mm. Custos de produção estão mais altos nesta temporada e muitos agricultores estão com dívidas em dólar. Cenário é preocupante e contas não fecham. Saca da soja é cotada a R$ 63,00 na localidade.

Em Vera (MT), os produtores ainda não conseguiram dar início ao plantio da soja da safra 2015/16. O cenário é decorrente das chuvas, que até o momento, permanecem irregulares na localidade. Na madrugada desta terça-feira (29), a região acumulou precipitações entre 30 até 50 mm. A perspectiva é que a área cultivada registre um incremento de 5% nesta temporada.

Contudo, o diretor do Sindicato Rural do município, Benício Boeing, pondera que é muito arriscado começar a semeadura do grão. “Basicamente essa é a primeira chuva depois de cinco meses de estiagem. A terra molhou um pouco, mas ainda não é o suficiente para soltar o plantio”, ratifica.

No mesmo período do ano passado, a cidade recebeu chuvas de 70 mm, porém, em seguida as chuvas cessaram e só retornaram próximo do dia 25 de outubro. Com isso, muitos produtores tiveram que realizar o replantio dessas áreas, conforme ressalta o diretor.

“Temos um ano de muita incerteza e com custos de produção mais altos, principalmente com o óleo diesel. E, até o momento, a alta do dólar é um engano para a nossa região, uma vez que, com o atraso na liberação do pré-custeio, muitos agricultores adquiriram o crédito em dólar. Em 2014, tínhamos o preço da soja a US$ 17, hoje o valor é de US$ 15. As contas não fecham em dólar”, afirma Boeing.

Em contrapartida, a situação é um pouco melhor para os produtores que têm dívida em real, ainda na visão do diretor do sindicato. Atualmente, a saca da oleaginosa é cotada a R$ 63,00 na região para travamento a futuro.

Frente a esse cenário, o diretor ainda orienta que os produtores acompanhem as previsões climáticas. “Não podemos arriscar o plantio da soja. O agricultor deve fazer tudo certo na oleaginosa, pois a safrinha de milho não dá retorno financeiro”, completa.

Safrinha de milho 2016

A recente valorização da moeda norte-americana também está preocupando os produtores rurais em relação aos custos da próxima safrinha de milho. “Poderemos reduzir a área ou colocar menos adubos, o que pode impactar na produtividade das plantações. Sem contar que, o frete na nossa região é mais alto”, acredita Boeing.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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