Produtores esperam chuvas para iniciar o plantio da soja na região de Brasnorte (MT)
Em Brasnorte (MT), os produtores rurais ainda esperam as chuvas para iniciarem o plantio da soja da safra 2015/16. Por enquanto, o clima permanece quente e seco e as previsões climáticas indicam precipitações para a região a partir do mês de outubro. O vazio sanitário da oleaginosa terminou no último dia 15 de setembro no estado.
Além disso, os agricultores estão preocupados com o atraso na entrega dos insumos, especialmente os fertilizantes. O presidente do Sindicato Rural do município, Aldo Rezende Junior, explica que, cerca de 40% dos fertilizantes ainda precisam ser entregues na região.
“Houve um atraso na negociação e, consequentemente na entrega dos produtos. Em meio à alta do dólar, os produtores fizeram as compras mais tarde. Ainda assim, a projeção é que até outubro a situação já tenha sido resolvida na região”, explica o presidente.
Paralelamente, a valorização do câmbio também pesou nos custos de produção, que subiram de 35 scs/ha para 40 scs/ha nesta temporada. “Fora o custeio do plantio e da colheita. Contudo, a pior situação ainda é do arrendatário. Hoje, os bancos exigem hipoteca de 1º grau, mas temos notícias de várias revendas e multinacionais que estão proibidas de venderem aos arrendatários, pois enxergam em um futuro próximo que eles serão os primeiros a terem problemas de renda”, ressalta Junior.
Em relação à área cultivada com a soja nesta safra, o presidente ainda sinaliza que apenas as propriedades que têm integração com pecuária deverão aumentar a área destinada ao grão. Nesta temporada, as vendas de calcário recuaram 40% em todo o Mato Grosso.
Por outro lado, a saca da soja é cotada a R$ 61,00 na região. “Ainda dependeremos muito da produtividade das plantações. A média do estado é de 48 scs/ha, mas temos custo de 40 scs/ha e gastamos mais de 3 scs/ha para plantar, 3 scs/ha para manter as lavouras e 3 scs/ha para colher. Então se não colhermos mais de 50 scs/ha iremos somente empatar, acima de rendimento conseguiremos pagar as contas. Porém, ainda dependeremos muito das chuvas”, ressalta.