Em Sinop (MT), entrega dos insumos está atrasada e expectativa de aumento na área cultivada com a soja pode não se confirmar
Às vésperas do término do vazio sanitário da soja, no dia 15 de setembro, os produtores de Mato Grosso permanecem preocupados com o atraso na entrega dos fertilizantes. Em meio a esse cenário, a perspectiva de um aumento na área semeada com o grão nesta temporada pode não ser confirmada, conforme relata o presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan.
No município, há duas situações, parte dos produtores adquiriu os fertilizantes, porém, ainda não recebeu, já o restante não conseguiu ter acesso ao crédito e não realizou a compra. “Também temos o problema em relação à falta de crédito das empresas que venderam aos produtores e a logística que não viabiliza toda a entrega dos produtos até o início da safra”, explica o presidente.
Diante desse quadro, além da perspectiva de uma redução no uso de fertilizantes, Galvan também sinaliza que muitas lavouras irão ficar sem plantio. “Especialmente as arrendadas, são áreas mais novas que não podemos reduzir os fertilizantes, nem cultivar sem. Acreditamos que o estado deva plantar a mesma área do ano passado ou até mesmo teremos uma redução”, ressalta.
Para essa temporada, o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) prevê uma alta de 2,06% na cultivada com a soja. Ao todo deverão ser cultivados em torno de 9.203,560 milhões de hectares nesta safra, contra os 9.017,860 milhões de hectares da safra passada. A produção deverá totalizar 29.067,921 milhões de toneladas, frente as 28.085,241 milhões de toneladas da temporada anterior.
Custos de produção
Além disso, os custos de produção estão mais altos nesta safra aos produtores. Com a recente valorização do dólar, os produtos também registraram elevação nos preços. “Se não tivermos um ajuste no preço do fertilizante, a próxima safra ficará inviabilizada, especialmente a safrinha de milho de 2016, pois os patamares de R$ 15,00 a R$ 16,00 para o próximo ano não cobrem os custos”, destaca Galvan.
A situação é a mesma para a soja, uma vez que, os preços dos contratos entre R$ 50,00 até R$ 55,00 não cobrem os atuais custos de produção, segundo diz o presidente. “O atual custo está mais caro do que no passado. O dólar não resolveu o problema do produtor, somente para quem tinha dívida em real, mas para quem tinha custo da safra passada em dólar a situação é preocupante”, completa.
Início do plantio
Apesar do término oficial do vazio sanitário no dia 15 de setembro, os produtores irão esperar a chuva para começar o trabalho no campo. E, por enquanto, as previsões não indicam precipitações para a região no início de outubro. “Chuvas só para o final de outubro, podemos inclusive ter um atraso na semeadura da soja, o que irá resultar em uma produtividade menor, assim como já aconteceu nesse ano que passou”, ressalta o presidente.
Galvan ainda orienta que é um momento de cautela, “os produtores devem garantir a produtividade das lavouras”, finaliza.