Governo define subvenção para o seguro rural e reduz ainda mais o volume de recursos. Total é de R$ 316,7 milhões e soja é a cultura que mais sofre
O governo definiu o orçamento para subvenção do seguro rural na safra 2015/16. Do total de R$ 316,7 milhões, serão destinado a cultura da soja R$ 80 milhões, o trigo receberá R$ 90 milhões, outros grãos de inverno R$ 2 milhões e o milho segunda safra terá R$ 60 milhões. Ao todo o recurso será dividido entre oito culturas.
Inicialmente estava previsto no orçamento do Ministério da Agricultura um recurso R$ 668 milhões destinados ao seguro, um valor também inferior ao montante da safra passada (R$ 700,00). Segundo o economista da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), Pedro Loyola, esses números trazem apreensão para o setor, uma vez que houve uma redução sobre um valor que já era insuficiente.
O governo federal acumulou dívida de R$ 690 milhões das apólices de seguro do ano passado com as companhias seguradoras, dos quais R$ 300 milhões foram subtraídos do orçamento de 2015 para colocar em dia esses atrasados.
No caso da soja a situação se agrava, no ano de 2014 foram liberados R$ 300 milhões, e neste ano a redução passa de 73%. "Para se ter uma ideia, a cada quatro produtores de soja que conseguiram o seguro no passado, neste ano apenas um vai conseguir", afirma Loyola considerando que em torno de 70 mil operações de seguro deixarão de ser realizados.
Devido ao grande risco, o seguro rural tem um custo elevado para os produtores. Até 2005 a adesão a esse sistema era baixa, por isso o Estado começou a atuar neste mercado oferecendo a subvenção de 60% dos custos com o seguro.
Projeto de negociação soja
O governo também deu autorização para o projeto experimental de negociação coletiva de seguro rural para a soja, onde ficou determinado a formação de 12 listas com no mínimo 500 participantes, a qual cada grupo receberá até R$ 2,5 milhões em subvenção.
A contratação do seguro, no entanto, será pela seguradora que oferecer as melhores condições. O objetivo é criar uma concorrência entre as instituições financeiras para que se reduza o custo da operação.
Segundo Loyola, os R$ 30 milhões destinados a essa projeto fazem parte dos R$ 80 milhões disponível para a soja. "Essa decisão é uma tentativa de criar banco de dados, beneficiar produtores que estão organizados em associações ou cooperativas, mas de forma alguma resolve ou tem a ver com a questão da falta de orçamento", pondera o economista.