Dados ruins da economia chinesa e alta do dólar pesam sobre Chicago e cotações da soja voltam a recuar

Publicado em 03/08/2015 17:44
Dados ruins da economia chinesa e alta do dólar pesam sobre Chicago e cotações da soja voltam a recuar

Nesta segunda – feira (03) o mercado da soja na Bolsa de Chicago começou pressionado e o dia fechou com perdas significativas de até 8 pontos nos principais vencimentos. Desde a madrugada, na sessão noturna, o mercado seguiu trabalhando em cima de fundamentos.
 
Para Andrea Sousa Cordeiro, analista de mercado da Labhoro Corretora, devido ao clima favorável do último final de semana é que o mercado de soja teve os preços pressionados. “A china perdeu 1% na bolsa e o índice PMI veio pior em dois anos, abaixo do que se previa,  47,8. Com isso, o petróleo caiu em 4% e a soja foi na esteira disso tudo, sem contar que o dólar esteve em alta e isso justifica o encerramento negativo”, explica.
 
Ainda segundo a analista, nos próximos dias o mercado deve se comportar de forma especulativa devido ao relatório do USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. “Os dois modelos que temos, tanto americano como europeu preveem chuvas dentro do estimado, trabalham com temperaturas não tão altas - nenhum calor extremo, mas grande parte da especulação que teremos nesses próximos dias será para o número de área que o USDA vai passar na próxima quarta – feira (12) e, o grande destaque será o número de produtividade da soja”.
 
Diante disso, a estimativa do mercado é de redução de área para a soja, segundo ela, algumas casas são mais comedidas e apostam em uma redução de até 1 milhão de acres, já outras acreditam em uma redução bem significativa de até 2,5 milhões de acres. “Trabalhamos com uma expectativa dentro de 1,3 até 1,5 milhões de acres, que é a medida que o mercado vem trabalhando. Porém, nos próximos dias duas grandes casas com credibilidade, anteciparão suas projeções. Algumas casas começaram desde a última sexta – feira (31) a antecipar números.
 
Além da redução, o mercado segue de olho na produtividade. “Se fomos associar essa redução de área com uma redução de produtividade maior, nós teríamos impacto nos estoques finais da safra americana e um estoque menor do que estava sendo previsto é cenário altista para preço”, destaca Sousa.
 
Lavouras 
 
Nesta segunda – feira (03) saiu o boletim de condições de lavouras e, segundo a analista as condições boas e excelentes de lavouras de milho estão mantidas, cerca de 70% delas continuam nessa faixa. Já a soja mostrou uma melhora de 1% e o impacto deve ser neutro.
 
No entanto, o momento segundo Sousa, é de vender. Mesmo com a ascensão da moeda americana, os produtores que trabalham e possuem compromisso no real, devem aproveitar a alta do dólar. “Hoje o câmbio fez máxima em R$ 3,4620, esse câmbio valorizado permite o produtor vender muito bem sua safra em real em 2016”, detalha.
 
Já para o produtor que tem sua lavoura dolarizada, o momento é de fazer contas. “Há uma relutância em vender, alguns que tem compromissos em dólar e fizeram essa venda há três meses quando o cenário de preços possibilitava um outro desempenho, devem agora aproveitar as oportunidades que o mercado pode dar nos próximos dias, na antecipação do relatório do USDA. Infelizmente não há muito que fazer, é esperar uma recuperação em Chicago mesmo”, finaliza.


 

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Por: Aleksander Horta//Nandra Bites
Fonte: Notícias Agrícolas

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