Aprosoja RS considera que decisão da Justiça de supender pagamento de royalties da soja Intacta na moega defende renda do produtor
Publicado em 28/07/2015 13:30
Aprosoja RS considera que decisão da Justiça do RS de supender pagamento de royalties da soja Intacta na moega defende a renda do produtor rural
Uma decisão da 16ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de Porto Alegre, determinou na última sexta-feira (24), que fica proibida a cobrança de 7,5% dos royalties da soja Intacta RR2 PRO, da Monsanto, na moega. Essa decisão segue causando polêmica entre os agricultores.
Segundo Décio Teixeira, presidente da Aprosoja - Associação dos Produtores de Soja e Milho do Rio Grande do Sul, a defesa dessa situação é em prol da receita tanto dos produtores, como do consumidor final.
“Pagamos os royalties, mas dentro da normalidade cabível para os agricultores, não concordamos em pagar indefinidamente e isso não pode continuar”, conta.
Ainda segundo Teixeira, a decisão já está tomada e fica suspensa a cobrança em todo território nacional no que diz respeito à semente RR2 PRO. “Vamos continuar a avançar e defender nosso ponto de vista. Há uma imensa realidade perante essa multinacional. Ela quer negociar, mas não abre mão de nada, portanto estamos tomando decisões e prosseguindo ao encontro dos nossos direitos”, afirma o presidente.
Diante desse cenário polêmico, parte dos produtores contesta a situação e questionam a decisão da 16ª Vara Cível. Alguns internautas do Notícias Agrícolas entraram em contato com a redação e acreditam que a medida é perigosa, uma vez que isso pode afugentar os investimentos em pesquisa.
Para o presidente essa decisão traz outras oportunidades. “Acredito que pelo contrário. Quando essa decisão ficar bem definida, vai acabar trazendo outros investidores para o campo de pesquisa, desde que isso se normalize e não haja um acordo injusto”, reafirma.
A soja intacta, embarcada para a China também é um ponto polêmico para alguns agricultores. Obrigatoriamente ela passa pelos controles da Monsanto que oferece a garantia em relação à rastreabilidade e qualidade do alimento - aprovado pelo Ministério da Agricultura e, caso não haja mais esse controle na moega, juntamente com os royalties, o grão poderá estar sujeito à rejeição da soja brasileira, mas segundo Teixeira isso foi uma tentativa no passado e não houve rejeição.
“Isso é uma jogada de marketing deles para poder obrigar o produtor a continuar como escravo dessa tecnologia, sendo cobrado no momento em que quiserem, invadindo as lavouras pra comprovar e retirar do produtor sua parte do lucro”, defende.
Afirma ainda que, “temos feito pesquisas e, a tecnologia antiga é mais produtiva que essa atual, então é um processo muito longo que está sob avaliação e, o que nós estamos pedindo - se for o caso nós vamos recorrer para outros meios - é que se mantenham as variedades tradicionais sem a inclusão desse gene. Hoje há uma tentativa de se colocar em todas as sementes nacionais e, que o produtor fique refém de uma multinacional e com isso nós não concordamos. Tem que ter disponível no mercado para aqueles que não querem poder comprar”.
A orientação aos produtores neste momento, segundo o presidente é procurar a página do tribunal da 16ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de Porto Alegre e imprimir uma cópia da decisão. “O produtor já pode começar a cobrar isso na hora da entrega do produto e, quem entregou o produto e foi descontado 7,5%, deve estar ciente que de agora em diante isso não deverá mais acontecer”, finaliza.
Por: Aleksander Horta//Nandra Bites
Fonte:
Notícias Agrícolas