Safra 2015/16: Em SC, custos da nova safra de soja podem subir de 10 a 15% e altas podem ser ainda mais severas com a inflação elevada
Refletindo a crise econômica do Brasil, tivemos a alta do dólar, aumento de encargos, elevação da inflação e expectativa de retração do PIB. Diante desse cenário o setor do agronegócio tem se preocupado, entre outros aspectos, com o aumento nos custos de produção para a safra 2015/16.
Em Santa Catarina, Enori Barbieri, vice-presidente do sindicato rural de Xanxerê conta que os produtores da região estão muito pessimistas com relação a nova safra de soja e milho, haja vista que além da elevação nos custos, a expectativa é que os preços tenham redução significativa, o que pode prejudicar ainda mais a rentabilidade do setor. A perspectiva é de um aumento de 10% a 15% nos custos.
"O produtor está buscando levar para a sua propriedade outras atividades que possam agregar valor, como suínos, aves ou leite, porque somente em cima do preço dos grãos o produtor catarinense não consegue mais viabilizar sua propriedade", declara Barbieri.
A oneração maior será na aquisição dos insumos e combustível, que são atrelados ao dólar e tiveram grande aumento com a desvalorização do câmbio nos três primeiros meses do ano. No entanto, a disparada do dólar favoreceu as cotações dos grãos, o que manteve o equilíbrio na atividade.
Porém, a expectativa de melhora no cenário econômico pode voltar a valorizar o real, e derrubar as cotações de soja e milho no mercado externo e interno, com isso os produtores não teriam viabilidade para continuar produzindo.
"A soja está sendo negociada em Santa Catarina na faixa de R$ 57,00 a R$ 58,00 a saca", mas em períodos de pico de preços esse valor chegou a R$ 64,00/saca impulsionado pelo dólar, afirma Barbieri.