Em Boa Vista (RR), produtores iniciam o plantio da soja; área semeada está em 2%
Na região de Boa Vista (RR), os produtores rurais já deram início ao plantio da soja da safra nova. Até o momento, as chuvas ainda estão irregulares e cerca de 2% da área foi semeada com o grão. Nesta temporada, a perspectiva é que haja um aumento de 40% na área destinada à oleaginosa.
O engenheiro agrônomo e produtor rural, Alcione Nicoletti, destaca que, na localidade, os agricultores investem na variedade convencional Tracajá. “Temos uma demanda forte por materiais não transgênicos. E também temos uma tendência de materiais precoces, especialmente entre 85 a 90 dias, que deverão permitir a produção da segunda safra. No ano passado, já fizemos a safrinha com sorgo e milheto, porém, devemos mesmo investir no boi, na produção de proteína animal, já que estamos próximos da Venezuela, importante mercado consumidor brasileiro”, destaca.
Além disso, devido à maior luminosidade, as variedades de soja produzidas na localidade apresentam uma quantidade mais elevada de óleo, ao redor de 4%. “Temos doze horas de luz, com isso, temos esse percentual maior de óleo na oleaginosa. Já a produtividade irá depender o clima, do período de plantio e o perfil do solo, que é necessário para fazer os ajustes técnicos”, conforme relata o engenheiro.
Por outro lado, Nicoletti também destaca que, devido ao clima, os produtores rurais da região enfrentam maior incidência de pragas, principalmente as lagartas. Entretanto, a ferrugem asiática, grande preocupação dos agricultores do restante do país, ainda não está na região.
“Isso porque temos a temperatura noturna entre 22º C a 24º C e precisaríamos de uma temperatura mais baixa. E também temos pouca umidade nas plantas e, isso dificulta o desenvolvimento dos fungos. As correntes de ventos também são caribenhas e não passam por outras localidades produtoras de soja. Paralelamente, a produção da nossa região não serviria de ponte verde, pois a produção do grão mais próxima fica a mais de mil quilômetros”, acredita.
Comercialização
Em relação à comercialização da produção, o engenheiro sinaliza que os produtores estão aguardando preços mais altos, ao redor de US$ 22,00 por saca, para voltar a negociar. “Nesses patamares cobriríamos os custos de produção. Mas temos prêmios interessantes na localidade. Recebemos até US$ 40,00 por tonelada de variedade convencional, o que nos dá forças para desenvolver a cultura no estado”, finaliza Nicoletti