Produtores rurais falam sobre o conflito em Caarapó-MS que resultou na morte de um índio. Muitos fatos precisam ser esclarecidos
Os produtores rurais estão questionando a versão divulgada pela grande mídia sobre o possível confronto entre fazendeiros e indígenas em uma fazenda no município de Caaparõ (MS).
Em nota, o Sindicato Rural, lamentou a distorção dos fatos, considerando que não houve imparcialidade na cobertura do acontecimento.
O fato ocorreu na terça-feira (14), quando um índio foi morto supostamente por disparo de arma de fogo e outros cinco ficaram feridos.
Segundo o presidente do sindicato rural, Carlos Eduardo M. Marquez, o proprietário da fazenda Ivú, Nelson Buanin, informou que ainda no domingo (10) um grupo de indígenas invadiu a propriedade que faz divisa com a Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá.
Na segunda (11) Nelson e um grupo de produtores se organizaram para a remoção dos índios, que segundo Marquez, ocorreu sem nenhum tipo de agressão física.
"Revoltados, os índios interditaram a estrada que liga Caarapõ a Laguna Carapã, impedindo a passagem". Segundos relatos "um caminhoneiro que estava preso dentro da reserva se assustou, atropelando o índio", completa o presidente.
O Corpo de Bombeiros foi chamado, pedindo apoio da Polícia Militar para ir até o local, mas os militares acabaram rendidos pelos indígenas por duas horas após o pneu da viatura furar. Eles tiveram as armas de fogo e coletes tomados, a viatura queimada e três sofreram ferimentos leves.
"Eles (índios) também invadiram mais 10 propriedades ao redor da aldeia, colocando fogo no canavial e matando o gado", ressalta Marquez.
Para o presidente, os horários dos acontecimentos não coincidem, sendo praticamente impossível que o índio morto tenha sofrido disparo de arma de fogo por um fazendeiro.
Segundo o site de notícias G1 outros seis índios, entre eles um de 12 anos, foram baleados, sem a confirmação de onde vieram os disparos.
"Não conseguimos saber de fato o que aconteceu porque ninguém, sindicato ou produtores, entraram na aldeia onde realmente tudo aconteceu", explica Marquez.
Após a solicitação do governo do estadual, a Força Nacional de Segurança Pública chegou a Caarapó nesta quinta-feira (16), para conter o clima de tensão.