"Canalhas!", grita Bolsonaro, enfurecido com o cerco da extrema-imprensa; "a verdade nos libertará!" (por Renato Dias)

Publicado em 18/12/2020 15:09 e atualizado em 18/12/2020 20:27
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Paulo Guedes diz que desmontou plano de impeachment contra Bolsonaro comandado por Maia e Doria (Conexão Política)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, em entrevista à revista Veja, que foi o principal articulador para impedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo ele, o plano seria comandado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), “gente da Justiça” e outros governadores.

Preocupado com os rumos dessa articulação, Guedes afirma que ligou para todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para desarticular o suposto plano para abrir o processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.

“Tinha cronograma. Em sessenta dias iriam fazer o impeachment. Tinha gente da Justiça, tinha o Rodrigo Maia, tinha governadores envolvidos. O Doria ligou para mim e disse assim: ‘Paulo, é a chance de salvar a sua biografia. Esse governo não vai durar mais de sessenta dias. Faz um favor? Se salva’”, disse.

“Houve, sim, um movimento para desestabilizar o governo. Não é mais ou menos, não. Tinha cronograma. Em sessenta dias iriam fazer o impeachment. Tinha gente da Justiça, tinha o Rodrigo Maia, tinha governadores envolvidos. O Doria ligou para mim e disse assim: ‘Paulo, é a chance de salvar a sua biografia. Esse governo não vai durar mais de sessenta dias. Faz um favor? Se salva’”.

Guedes frisou que muito mais do que qualquer vaidade para salvar o que muitos chamam de biografia, ele precisava salvar o governo, pois milhões de brasileiros acreditaram na transformação do país.

Para acalmar o clima, o governo teria conversado para abrir mão do então ministro da Educação, Abraham Weintraub.

“Liguei para cada um dos ministros do Supremo para tentar entender o que estava acontecendo. Conseguimos desmontar o conflito ouvindo cada um deles. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, sugeriu que o governo deveria dar um sinal, caso estivesse realmente interessado em pacificar as relações. A demissão do Weintraub foi uma sinalização. Liguei também para o ministro Barroso e para o ministro Fux”, declarou Paulo Guedes. (por Raul Holderf Nascimento, Conexão Política).

Bloco de Maia recebe apoio da oposição e terá 11 partidos em disputa pela presidência da Câmara

(Reuters) - Partidos de oposição anunciaram nesta sexta-feira apoio ao bloco liderado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na disputa por sua sucessão ao comando da Casa, o que levou o deputado a anunciar a formação de uma aliança com 11 legendas para a disputa.

Maia leu documento assinado por representantes dos partidos do bloco: PT, DEM, PDT, PSB, MDB, Cidadania, Rede, PV, PCdoB, PSDB e PSL. Ao todo, 269 deputados compõem o grupo, de acordo com a Agência Câmara Notícias.

"Enquanto alguns buscam corroer e lutam para fechar nossas instituições, nós aqui lutamos para valorizá-las. Enquanto uns cultivam o sonho torpe do autoritarismo, nós fazemos a vigília da liberdade. Enquanto uns se encontram nas trevas, nós celebramos a luz", disse Maia ao ler o documento, ao lado de líderes e representantes dos partidos.

O bloco de Maia, que ainda não tem um candidato definido, enfrentará o líder do PP, Arthur Lira (AL), que é apoiado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

Dois nomes são considerados os favoritos para representar o bloco do atual presidente da Câmara: o líder do MDB, Baleia Rossi (SP), e o líder da Maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), mas o PT informou que também apresentará um nome do próprio partido ou da oposição a ser apreciado pelo grupo.

De acordo com Maia, o bloco vai dialogar nos próximos dias para definir o nome "mais da centro-direita, mas que também pode sair do campo da centro-esquerda" para representar o grupo.

"Da esquerda ou da direita, mas principalmente que possa representar e manter uma união de partidos com ideias tão diferentes, mas como grande convergência na defesa da democracia, da liberdade e das instituições democráticas", afirmou.

Os partidos de oposição, que eram considerados fiéis da balança na disputa, reconheceram as diferenças com a agenda econômica defendida por demais legendas do bloco, mas exaltaram a união contra o governo.

"Vamos nos unir para enfrentar o inimigo maior, o inimigo maior da nação brasileira se chama Jair Messias Bolsonaro, e ele será derrotado na eleição da Mesa da Câmara", disse o deputado Orlando Silva, que assinou o documento em nome do PCdoB, em discurso no plenário da Câmara, acrescentando que a oposição continuará a lutar contra a agenda econômica defendida por Maia, apesar da aliança.

Também em discurso no plenário, Arthur Lira acusou Maia de promover uma ditadura no comando da Casa e disse que os dois nomes cogitados para concorrer pelo grupo rival também fazem parte da base do governo. Aguinaldo, inclusive, é do mesmo partido de Lira.

"Essa Casa vive hoje uma ditadura de representatividade. Não tem rodízio proporcional para os relatórios de MPs, PLs, PECs, e quando o relator é escolhido ninguém nem sabe", afirmou.

"Não tem mais função o colégio de líderes nessa casa, não tem mais o princípio de proporcionalidade para entrega das matérias", disse. "Nós estávamos calados o tempo todo, mas agora não mais."

A eleição para a presidência da Câmara ocorrerá em fevereiro. Para ser eleito, o candidato precisa de maioria absoluta dos votos (257) em primeira votação, ou ser o mais votado no segundo turno.

Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Dólar sobe na contramão do exterior com aversão a risco acentuada no Brasil
S&P 500 e Dow sobem com impulso de balanços de grandes bancos
Horário de verão só volta em 2024 se houver risco energético, diz Silveira
Wall Street abre sem direção comum após dados de preços ao produtor; Tesla pressiona Nasdaq
Ibovespa hesita na abertura sem viés claro no exterior
Dólar recua ante o real com ajuste em emergentes após semana de perdas