Desvalorização global do dólar é positiva para o agro brasileiro, diz a Agrinvest

Publicado em 11/08/2020 10:45 e atualizado em 11/08/2020 14:47
Entrevista com Marcos Araújo e Eduardo Vanin - Analistas de Mercado da Agrinvest
Marcos Araújo e Eduardo Vanin - Analistas de Mercado da Agrinvest

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Desvalorização global do dólar é positiva para o agro Brasileiro

 

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A desvalorização global do dólar tem se mostrado bastante positiva para o agronegócio brasileiro. A pandemia do novo coronavírus mudou o rumo da economia mundial e obrigou bancos centrais em diversos países a promoverem políticas monetárias para contribuir para uma retomada econômica e os movimentos também mudaram a trajetória da moeda americana. 

"Desde abril temos visto o dólar - contra todas as outras moedas - perdendo valor, batendo mínima de três anos na última semana, e o mercado percebendo isso está buscando alternativas. Os investidores correndo do dólar e buscando outras commodities, inclusive o ouro, que registrou, na semana passada, máxima histórica", explica o analista de mercado Eduardo Vanin. 

O destaque para a desvalorização do dólar é frente ao yuan. "Para a indústria esmagadora da China isso significa que é menos yuan que ela gasta para comprar a mesma quantidade de produto. A taxa de câmbio para eles caindo aumenta o poder de compra, o chinês está ficando mais rico em dólares. E isso é um ponto muito importante que ajuda a aumentar o consumo, inclusive de alimentos. Então, a margem de esmagamento para a soja importada do Brasil aumentou", completa o executivo. 

Daqui em diante, a recuperação da economia americana - e também global - deverá se dar de forma bastante díspar em relação aos mais diversos setores. Assim, para que o cenário passe por uma transformação ou para que 'volte à sua antiga normalidade' seriam necessários, pelo menos, cerca de quatro anos. 

E enquanto isso, o momento continua favorecendo o agronegócio brasileiro, sendo muito positivo para a balança comercial nacional. "Poderíamos ver um período melhor para o produtor que vende em dólares e não que vende em reais, mas como estão todos no Brasil é bom para o Brasil", diz o analista. 

COMERCIALIZAÇÃO

No Brasil, em meio às incertezas que ainda rondam a economimia global, é importante que o produtor transfira seus riscos para operações de estratégia e gestão e se valer do atual momento para formar bons preços.

"Temos os preços da soja no mercado internacional nos piores níveis em 10 anos, com o preço da soja custo e frete China ao redor de US$ 350,00 a US$ 370,00 por tonelada, que é um preço muito baixo. Mas fazendo um paralelo, no auge do Covid-19, entre os meses de março e junho, também tivemos preços de fertilizantes muito baixos e isso proporcionou excelente poder de compra para o produtor brasileiro. Quase 20% de ganho mesmo com Chicago baixíssimo", explica o analista de mercado Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest.

Ao lado dessas condições, há ainda a necessidade de o produtor se proteger com operações de comercialização que possam mitigar os efeitos de problemas climáticos, cenários diferentes que mudam a rentabilidade em cada região do Brasil a depender das realidades. 

Ainda assim, segundo Aaraújo, segundo relatos de produtores nos principais estados produtores do Brasil a renda esperada para a soja 2020/21 é, historicamente, a maior da atividade. "Se pegarmos os preços futuros para soja da safra nova no Brasil liquida no porto a R$ 112,00 e se levarmos esse preço, conforme o dólar futuro de R$ 5,50 para Passo Fundo/RS, por exemplo, é um preço de R$ 106,00. Esse é o maior ganho nominal desde o plano real", diz. 

Por: João Batista Olivi e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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