Cenário de recomposição de estoques de milho deve pressionar preços ao longo do ano, destaca analista

Publicado em 03/03/2023 10:30
Tendência não é de altas nas cotações e produtor precisa ficar atento ao mercado e as oportunidades de fazer boas médias de preços
Roberto Carlos Rafael - Germinar Corretora

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Cenário de recomposição de estoques de milho deve pressionar preços ao longo do ano, destaca analista

Os preços do milho começaram 2023 lateralizados e recuando no Brasil diante de uma realidade de estoques e produção diferente da que se acreditava existir ao longo de 2022, conforme explica Roberto Carlos Rafael da Germinar Corretora. 

“Os números da Conab traziam um estoque de passagem em janeiro que foi totalmente revisado em fevereiro e mostrou que, mesmo com exportação recorde como tivemos, a gente não teria problema de estoques. A gente trabalhou com informações, ao longo do ano, que teve um erro ou nos estoques de passagem que são maiores ou a safrinha do ano passado foi maior. Eu acho que foi uma combinação dos dois. O mercado mostrou pra gente e o termômetro era, nós realmente temos mais milho do que nós imaginávamos que tinha”, relata. 

Já para o restante de 2023, o quadro deve ser de cotações seguindo pressionadas diante das projeções de grande produção de milho no Brasil, com números entre 96 e 104 milhões de toneladas para a segunda safra, e aumento de área e produção nos Estados Unidos. 

Diante desse cenário, o analista destaca a importância de o produtor ficar atento ao mercado para aproveitar as boas oportunidades de venda para obterem boa média de preços e sempre miraram no travamento de custos. 

Um outro fator que ajuda a pressionar as cotações é a logística. Rafael pontua que os produtores brasileiros precisaram abrir espaço para a chegada de uma supersafra de soja e tiveram que vender mais milho em um período concentrado, o que pode acontecer também com a soja quando a safrinha de milho começara a ser colhida. 

“O cenário logístico é a preocupação do produtor nesse momento. Ele teve que abrir o espaço que poderia para colocar essa supersafra de soja. Nós temos uma carência muito grande e eu acho que deveríamos ter um foco para incentivar as instalações de armazéns nas unidades de produção. Eu acho que é algo que o produtor precisa investir”, diz. 

Confira a íntegra da entrevista com o analista da Germinar Corretora no vídeo. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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