Stonex reduz safrinha de 82 para 59 milhões de toneladas e acredita em preços elevados até final do ano

Publicado em 25/08/2021 10:45 e atualizado em 25/08/2021 11:45
Analista estima também que Brasil irá bater recorde de importação de milho em 2021 e reduzir muito os volumes exportados, todos sendo destinados para atender o mercado interno que tem demanda aquecida e paga melhor
João Lopes - Analista de Inteligência de Mercado da Stonex

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Stonex reduz safrinha de 82 para 59 milhões de toneladas e acredita em preços elevados até final do ano

A colheita da segunda safra de milho está acelerada e entrando na reta final em estados do Centro-Oeste e Sudeste, o que permite ter uma ideia melhor do tamanho da produção que será atingida neste ciclo, marcado por muitas dificuldades climáticas.

Segundo o analista de inteligência de mercado da StoneX, João Lopes, o atraso no plantio, estiagem e geada reduziram a expectativa inicial da consultoria das 82 milhões de toneladas iniciais para 59,6 milhões neste momento, um volume 22,4 milhões de toneladas menor e bem abaixo do registrado em anos anteriores.

Lopes ressalta ainda que, como o Paraná ainda está mais atrasado com a colheita e foi justamente o estado que mais sofreu com as condições climáticas, a produção final da safrinha poderá ser ainda menor do que essa última estimativa.

Resultante deste cenário, o analista aposta que o Brasil irá bater sua recorde de importações do cereal, saindo das costumeiras 1,5 milhão de toneladas e indo para 3 milhões em 2021. De acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), de janeiro até agora, já foram importadas 1.164.244,3 de milho. 

Outro item que sofrerá alteração é a exportação do cereal, que de acordo com a consultoria irá cair das 35 milhões de toneladas registradas nos últimos anos para apenas 19 milhões, devido a intenção de venda dos produtores se voltarem para o mercado interno, que inclusive levou alguns volumes que já estavam comprometidos nas exportações devido aos melhores preços pagos.

Olhando para todos estes pontos, Lopes aponta que os preços do milho no Brasil devem permanecer em patamares elevados, pelo menos, até o final do ano. Como fatores de atenção daqui para frente, ele cita o desenvolvimento da safra dos Estados Unidos e as movimentações cambiais do dólar ante ao real.

Confira a íntegra da entrevista com o analista de inteligência de mercado da StoneX no vídeo.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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