Cenário baixista para os preços do milho com exportações em queda, aumento das importações e chegada da safra de verão
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Cenário baixista para os preços do milho com exportações em queda, aumento das importações e chegada da safra de verão
De uma forma geral, os preços do mercado do milho têm caído. Ana Luiza Lodi, analista de mercado da FCStone, lembra que as importações de milho da Argentina e do Paraguai por parte do Brasil cresceram bastante, ao mesmo tempo em que as exportações perderam força - tradicionalmente, o segundo semestre seria cenário de exportações expressivas do milho safrinha.
Só no mês de outubro, o número de importações foi de 495 mil toneladas. Junto com a conjuntura de exportações baixas, há uma tranquilidade para o mercado em relação à oferta. Tradicionalmente, o Brasil não é um exportador de milho, salvo alguns casos como o estado de Santa Catarina, que demanda o cereal para a ração animal. Dificuldades de produção que levaram os preços a níveis recordes e problemas climáticos na safrinha indicaram a situação.
Com a entrada de uma nova safra de verão no mercado, por mais que esta não represente a maior parcela do milho brasileiro, vai entrar mais milho no mercado e, consequentemente, há a abertura de um quadro negativo para as cotações por enquanto.
A safra de verão é, em grande parte, consumida pelo mercado interno. Com a entrada da safrinha em 2017, a expectativa é de um grande volume de exportações, quando os preços deverão alcançar patamares mais altos.
Em 2016, o Brasil deveria exportar 20 milhões de toneladas de milho, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com os números mais baixos de exportações em outubro, a previsão já baixou para 18 milhões de toneladas e ainda deve reduzir ainda mais no número final, que será divulgado na quinta-feira (1).
Perspectivas
As exportações brasileiras deverão ter uma mudança de patamar apenas para o ano que vem. Mesmo com um dólar mais alto, a parcela é ocupada pelos Estados Unidos, que colocam agora uma superssafra no mercado.
Enquanto isso, a safra de verão caminha bem, com expectativa de um leve crescimento de área - mesmo com as preocupações climáticas no Rio Grande do Sul, o milho já vem bem adiantado e os impactos não devem ser significativos. A safrinha também vem com boas perspectivas, igualmente com expectativa de crescimento de área. "Se o clima for normal, teremos uma safra cheia", avalia a analista.
A comercialização do milho, neste momento, está mais lenta em comparação com o ano passado. 10% da safra de verão já estaria vendida e 13% da safrinha, com base em dados divulgados no início de novembro. A analista aponta que, neste momento, o produtor opta por esperar, por conta da trajetória descendente dos preços.
Ela aponta que, com uma retomada da oferta e pressão nos preços do milho, os produtores devem ficar atentos. Os preços estão fortalecidos até o presente momento, logo, "o produtor tem que comparar com seus custos e ver o cenário. Seria prudente realizar vendas", diz.