Está na placa: a transformação da agricultura brasileira começou em 22/11/76, com o plantio direto na palha

Publicado em 18/12/2020 14:57 e atualizado em 18/12/2020 20:00
Reportagem de Frederico Olivi com Manoel Henrique Pereira F.o, em Palmeira (PR)
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Neste segundo episódio da série de entrevistas sobre o sistema de plantio direto na palha, ouvimos o depoimento do produtor rural Manoel Henrique Pereira Júnior, filho de Nonô Pereira, que, acompanhando seu pai, testemunhou, há 45 anos, o nascimento da implantação do SPDP no Brasil. 

A conversa girou em torno da existencia de um monumento, uma rocha de arenito retirada da região dos Campos Gerais do Paraná, que se encontra depositada no meio da fazenda Agripastos, da família Pereira. A enorme pedra lembra dois fatos: o primeiro, as enormes dificuldades e deficiencias existentes no sub-solo do Centro do Paraná, como, por exemplo, a erosão superficial dos solos. Há 45 anos o tormento dos agricultores do centro do Paraná era as chuvas que, quando batiam copiosas, lavavam e levavam o solo fértil pra dentro do rio Paraná.

O segundo fato marcante foi a transformação no modo de agricultar praticada pelos agricultores brasileiros. Ao invés de "terra tombada" (como lembra a música), o solo se tornou imexível, sem nenhum revolvimento, e sempre coberto com grossa camada de palha. Em cima dessa palhada ,semeia-se a soja, praticando, portanto o denominado sistema de plantio direto na palha.

No dia 20 de novembro de 2.002 foi feita uma comemoração para lembrar que há 25 anos já se plantava grãos no Paraná utilizando-se um método reconhecidamente  revolucionário, por ser conservacionista e, ao mesmo tempo, sustentável economicamente.

Na placa, Nonô Pereira escreveu: “Neste local foi implantado o sistema de plantio direto em 20 de novembro de 1976. Este sistema viabilizou o uso dessas terras para a atual e futuras gerações; graças ao esforço e dedicação de produtores, operadores, agrônomos e pesquisadores” 

Segundo Manoel Henrique Pereira Júnior, com o sistema de plantio direto na palha, a partir dessa data, a agricultura brasileira, nas suas palavras “virava o jogo”.

 - "Aqui, e partir deste momento, o Brasil explodiu em produtividade e  se tornou competitivo na agricultura mundial"., frisa Manoel Pereira Jr.

Hoje, após 45 anos, Manoel Pereira destaca as diferenças: "Antes do plantio direto, o cultivo de grãos no Brasil era arcaico e prejudicial", pois revolvia o solo arenosos, com as erosões e voçorocas levando o bem mais precioso do agricultor para o leito dos rios.

Com a chegada do Plantio Direto, através do trabalho persistente dos pioneiro Nonô Pereira, Herbert Bartz e Frank Dijkstra, e de outros agricultores que acreditaram nos benefícios do sistema, a agricultura do não-revlvimento do solo ganhou o País, de norte a sul. 

Manoel Jr. viu o nascer desse “método salvador”.

- "Em 1976 eu tinha 13 anos e acompanhava meu pai na lavoura. Conheci os dois lados, o difícil, antiquado e maléfico método de se fazer agricultura destrutiva, e, de outro lado, o lado fácil -- porque o plantio direto facilitou muito a vida do agricultor; manteve o seu solo preservado e fez aumentar a renda. 

Isso se prova, diz Pereira Jr., pela economia na diminuição de uso de defensivos e fertilizantes, e pela maior maior renda, resultante do uso da palha. "É ela que faz aumentar a umidade do solo, propiciando aumento na produtividade das lavouras. "Mais solo fértil, mais sacas de soja," diz Manoel Jr. (Assista a conversa na íntegra no vídeo acima).

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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