Soja emergindo em meio à palhada de cobertura permanente é o novo "normal" da agricultura brasileira

Publicado em 11/12/2020 17:18 e atualizado em 12/12/2020 17:58
Entrevista com Luiz Pradella - Produtor Rural do Oeste da Bahia
Luiz Pradella - Produtor Rural

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​Grandes áreas de lavouras do Brasil estão aderindo ao novo método de produção de soja com cobertura de palhada permanente. A constatação foi feita durante o 17.o Encontro Nacional de Plantio Direto, que focou os debates na produção de palhas a partir de um mix de plantas que garanta cobertura permanente do solo durante o ano todo.

O novo "normal" da agricultura brasileira está sendo adotada de sul a norte do País, principalmente no centro-oeste e Matopiba, onde o sol calcina as plantas durante seis meses, endurecendo o solo. Ali a sigla que define o sistema de Plantio Direto na Palha, o PDP, ganha mais uma letra-simbolo, o P de permanente. 

Os ganhos em produtividade desse PDPP chamam a atenção dos produtores, que buscam os novos conhecimentos com quem já pratica esse sistema nas áreas da agricultura tropical. 

É o caso do agricultor Luís Pradela que, em entrevista ao repórter Frederico Olivi, afirma que os ganhos de produtividade em suas áreas de cultivo se devem muito ao trabalho que ele realiza com a semeadura do milho em consórcio com a braquiaria.

--"Em 1994 quando iniciamos o cultivo das nossas áreas no oeste do Paraná já em plantio direto, a branquiaria era uma invasora das nossas lavouras, um problema porque não havia como controlar com os herbicidas da época. Hoje a braquiaria é a “santa braquiaria" do sistema de plantio direto. Uma planta importante para o sistema, pelos benefícios que vem entregando", diz Pradela, hoje atuando como vice-presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha para a Bahia.

Produzindo grãos pelo sistema de plantio direto na palha há 20 anos no oeste da Bahia, a agropecuária Pradela  agora foca no PDPP, ou seja, dando prioridade à cobertura permanente do solo:

 - "Aqui em nossa propriedade investimos 1/3 da nossa área para o cultivo do milho em consórcio com a braquiaria e 2/3 com a soja. Dessa forma, há cada 3 anos temos uma área produção com alto volume de biomassa e raizes".

Para o produtor preservacionista, mais importante do que a parte aérea da planta, são as raizes das forrageiras, que vão ajudar na descompactacão do solo, na formação de matéria orgânica, e no sequestro de carbono. 

Luís Pradela destaca que, mantendo a palhada permanentemente sobre o solo, ele está conseguindo, mesmo em períodos de veranico, alcançar uma emergência mais rápida das sementes, "exatamente quando o produtor precisa plantar um pouco antes das chuvas, aproveitando o máximo da sua janela de manejo".

-- "Esse plano de trabalho, -- de consórcio do milho com a braquiaria -- está nos proporcionando, aqui na agrícola Pradela, uma “turbinada” no solo a cada 3 anos, com a palhada de cobertura produzindo de 10 a 15 toneladas de massa seca e a mesma quantidade de raizes.

Produtor inicia plantio direto de amendoim e mostra a diferença com as áreas de solo desprotegido

Fonte: Notícias Agrícolas

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