A escarificação atrapalha o plantio direto na palha? perguntou Fred Olivi a Jonadan Ma

Publicado em 06/11/2020 15:58
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Vendas de máquinas agrícolas no Brasil sobem 7,2% em outubro; produção cai

SÃO PAULO (Reuters) - As vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias somaram 4.530 unidades em outubro, alta de 7,2% ante igual período do ano passado, enquanto a produção caiu 5,2% na mesma comparação, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta sexta-feira.

Em outubro, as montadores que atuam no país produziram 4.919 unidades de tratores, colheitadeiras e máquinas rodoviárias, ante 5.189 no mesmo mês de 2019.

No acumulado do ano, as tendências de alta em vendas e recuo na produção se repetem, de acordo com os dados da associação.

Foram comercializadas 37.808 unidades do setor no Brasil entre janeiro e outubro, aumento de 1,6% no comparativo anual, que mostra recuperação após afeitos da pandemia no primeiro semestre, quando as vendas chegaram a cair 1,3%.

Já em produção, houve queda de 18,1% nos dez primeiros meses de 2020, para 38.047 unidades de máquinas agrícolas e rodoviárias.

No mercado internacional, as exportações brasileiras somaram 901 unidades, redução de 20,5% ante outubro do ano passado. No acumulado do ano, as vendas externas totalizaram 7.342 unidades, baixa de 32,1%.

Vendas de soja 20/21 do Brasil atingem 55,1% da produção esperada, diz Safras

SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização da safra de soja 2020/21 do Brasil atingia até esta sexta-feira 55,1% da produção projetada, indicou a consultoria Safras & Mercado, reportando um avanço de 2,2 pontos percentuais em relação à sua estimativa de outubro.

Os números continuam superando significativamente os registrados em safras anteriores. Em igual período do ano passado, 34,6% da safra havia sido negociada, enquanto a média histórica para este momento é de 30,3%, de acordo com a Safras.

"Levando-se em conta uma safra estimada em 133,517 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 73,557 milhões de toneladas", afirmou a consultoria em comunicado.

Em relação à safra 2019/20, a comercialização avançou de 98,4% para 98,7%, ante nível de 95,2% na safra anterior e 93,7% na média normal para o período.

Considerando uma projeção de 125,339 milhões de toneladas, o total já negociado por parte dos produtores chega a 123,667 milhões de toneladas, disse a Safras.

Os produtores brasileiros aproveitaram condições favoráveis às exportações, como a desvalorização do real frente ao dólar e a firme demanda da China, para embarcar mais de 80 milhões de toneladas da oleaginosa para o mercado externo neste ano.

Isso tem contribuído para uma escassez da commodity no mercado doméstico, que para regular a oferta e tentar evitar novos aumentos nos preços locais está importando soja até mesmo dos Estados Unidos, além dos volumes comprados nos vizinhos do Mercosul.

Brasil facilita importação de grãos transgênicos dos EUA; foco agora é custo

SÃO PAULO (Reuters) - O governo brasileiro publicou uma instrução normativa conferindo segurança jurídica para importações de soja e milho transgênicos dos Estados Unidos, em um momento em que o Brasil lida com baixos estoques e preços recordes desses produtos.

A instrução normativa, segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura, reconhece a equivalência de eventos geneticamente modificados entre Brasil e EUA.

A norma busca eliminar incertezas sobre importações dos EUA, já que o país da América do Norte possui eventos transgênicos ainda não aprovados no Brasil, conforme afirmam especialistas.

Os norte-americanos são potenciais fornecedores de grãos ao Brasil, que enfrenta uma escassez de soja, principalmente devido às fortes exportações para a China e diante de aquecida demanda interna.

Com preços recordes de soja e milho, o governo brasileiro zerou a tarifa de importação desses grãos para países de fora do Mercosul, no mês passado.

A norma, publicada na quarta-feira e relatada à Reuters pela assessoria do ministério na noite de quinta-feira, surge na mesma semana em que os EUA confirmaram uma exportação de 30 mil toneladas de soja ao Brasil.

As importações de soja pelo Brasil, contudo, devem ser maiores junto a parceiros do Mercosul, conforme indicam as projeções neste momento.

De janeiro a setembro, as importações de soja pelo Brasil somaram 528 mil toneladas, segundo dados do governo, que apontam o Paraguai como maior fornecedor, com 521 mil toneladas. No ano passado, as compras brasileiras foram de apenas 144 mil toneladas.

Na véspera, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) revisou sua projeção de importação de soja pelo Brasil para 1 milhão de toneladas, ante 850 mil toneladas na estimativa de outubro.

O volume de 1 milhão de toneladas, se confirmado, seria a maior importação pelo Brasil desde 2008, pelo menos, segundo dados da Abiove.

As importações estão fortes após volumosos embarques pelo Brasil, o maior produtor e exportador de soja.

De janeiro a novembro, as exportações do país estão projetadas em 82 milhões de toneladas, versus 69,9 milhões no mesmo intervalo de 2019, com a maior parte das vendas já realizadas, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

Para novembro, a Anec projeta exportações do Brasil de apenas 688,1 mil toneladas, o menor volume mensal do ano, diante dos baixos estoques.

O Brasil deverá passar para a próxima safra com os menores estoques da história, de 319 mil toneladas, segundo a Abiove.

A partir de janeiro, quando a colheita começa, espera-se que a oferta se regularize. A Abiove elevou na véspera a estimativa de produção de soja do Brasil em 2021 para 132,6 milhões de toneladas, ante 131,7 milhões na previsão anterior, o que seria um novo recorde.

 

CUSTOS DESAFIAM

Com a norma do ministério, as empresas agora deverão se preocupar mais com questões relacionadas aos custos, e os negócios deverão ser analisados dentro da necessidade de cada empresa, enquanto antecipações de fechamentos de unidades de processamento para manutenção não estão descartadas, devido à escassez.

"O número de 1 milhão (de toneladas na importação) é bem alto, visto que o efeito cambial e as altas em Chicago devem limitar esse fluxo", disse o analista Aedson Pereira, da IHS Markit, lembrando que a soja bateu máximas de mais de quatro anos no mercado dos EUA na véspera.

"Estava conversando com uns colaboradores e o pessoal não chega a se mostrar tão alinhado assim com esse número. Tem gente falando que é melhor paralisar a fábrica. Se Chicago continuar subindo, a situação gera um preço muito alto", acrescentou ele, ponderando que uma queda recente do dólar pode ajudar a equilibrar as contas.

Ele disse que faz mais sentido importar soja dos EUA para aquelas empresas que têm unidades mais próximas dos portos, como Bunge, Coamo e Bianchini, uma vez que os custos logísticos para levar o produto ao interior pesam na balança.

"Essa medida facilita a importação, mas acredito que não deve mudar significativamente o cenário. As compras dos EUA devem ser mais pontuais. O câmbio acaba 'encarecendo' as importações e tem a questão da logística interna, uma vez que a maior parte das esmagadoras está mais distante dos portos", concordou a analista Ana Luiza Lodi, da StoneX.

Luiz Fernando Roque, da Safras & Mercado, disse que a conta da importação fecha "em alguns lugares", mas também não acredita que a norma do ministério vai causar um 'boom' de importação, citando questões logísticas. Ele manteve a projeção de compras do Brasil de 850 mil a 1 milhão de toneladas em 2020.

Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters

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