Como a China conseguiu superar os gargalos logísticos e o que fica de lição para o Brasil
Representantes da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja - MT) realizaram visita à China com objetivo de verificar a infraestrutura logística do país e compreender como os chineses superaram os desafios para o escoamento e distribuição da produção.
Segundo o diretor executivo de movimento pró-logistica, Edeon Van Ferreira, a China possui atualmente duas grandes ferrovias que são utilizadas para transportar produtores de alto valor agregado. No caso dos produtores básicos, são utilizadas as hidrovias.
"Na hidrovia do rio Yantzé eram transportados 10 milhões de toneladas/ano antes de realizar as obras da hidroelétrica de três gargantas, que agora conseguem 100 milhões de toneladas por ano", exemplifica Ferreira.
Com investimento, o Brasil poderia - a exemplo da China - transformar a hidrovia do Teles Pires-Tapajos como um grande meio de escoamento da produção. "Tudo é questão de política do Estado, de investimentos e querer fazer", declara Ferreira.
Além disso, os custos com logística na China são menores e revertidos em ganhos diretos ao setor produtivo. O valor do frete hidroviário é de 0,04 centavos de reminbi (moeda chinesa) por tonelada por quilômetro. Já o frete ferroviário custa 0,12 centavos por tonelada por quilômetro, e o frete rodoviário custa 0,35 centavos por tonelada por quilômetro.
Para Ferreira o nível de dificuldades enfrentado pelos chineses é maior que o os desafios logísticos do Brasil, evidenciando que o país é capaz de realizar obras que impulsionem o setor produtivo.
Um dos maiores desafios do país é a questão ambiental que impede o processo de desenvolvimento, e atualmente chega "a custa 50% do valor da obra", ressalta o diretor.