Com preços abaixo dos custos de produção, agricultores descartam mamão no Espírito Santo

Publicado em 28/07/2017 15:26
Valor recebido pelo produtor rural é de R$ 0,30 o quilo e custo de produção está próximo de R$ 0,60 o quilo. Com quebra na safra, valor chegou a R$ 5,00 o quilo no ano passado. Com isso, produtores investiram mais na cultura. Chuvas retornaram ao estado e contribuíram para a produção registrada em 2017. Demanda segue enfraquecida.

Rodrigo Pontini Martins, que é presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), conta que o sistema de produção de mamão papaya no estado do Espírito Santo conta com uma colheita que dura todo o ano.

No ano passado, as principais regiões produtoras de mamão enfrentaram problemas climáticos, com preços atingindo níveis recorde, de R$5 a R$6 o quilo para o papaya e R$4 para o formosa, um resultado positivo para aqueles produtores que tiveram produção.

A consequência natural foi que muitos plantios fossem feitos neste ano. Entretanto, as expectativas de alta produtividade deixaram os preços abaixo dos custos de produção, com demanda retraída.

Em 2017, o clima foi mais favorável para a produção, com chuvas mais frequentes. As lavouras rejuvenesceram e nestes meses de baixa demanda há uma produtividade três vezes maior. Os produtores que conseguem vender estão vendendo por R$0,30/kg o mamão papaya, frente a um custo de produção de R$0,60/kg.

Muitos produtores estão deixando a fruta no campo ou cortando as lavouras, tendo em vista o cenário atual, migrando para outras culturas.

As exportações continuam nos mesmos patamares de 2016. Mesmo tendo uma oferta, o mercado externo já é regularizado.

A partir de setembro e outubro as vendas devem ficar aquecidas, com uma melhor demanda.

Por: Fernanda Custódio e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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