Com preços abaixo dos custos de produção, agricultores descartam mamão no Espírito Santo
Rodrigo Pontini Martins, que é presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex), conta que o sistema de produção de mamão papaya no estado do Espírito Santo conta com uma colheita que dura todo o ano.
No ano passado, as principais regiões produtoras de mamão enfrentaram problemas climáticos, com preços atingindo níveis recorde, de R$5 a R$6 o quilo para o papaya e R$4 para o formosa, um resultado positivo para aqueles produtores que tiveram produção.
A consequência natural foi que muitos plantios fossem feitos neste ano. Entretanto, as expectativas de alta produtividade deixaram os preços abaixo dos custos de produção, com demanda retraída.
Em 2017, o clima foi mais favorável para a produção, com chuvas mais frequentes. As lavouras rejuvenesceram e nestes meses de baixa demanda há uma produtividade três vezes maior. Os produtores que conseguem vender estão vendendo por R$0,30/kg o mamão papaya, frente a um custo de produção de R$0,60/kg.
Muitos produtores estão deixando a fruta no campo ou cortando as lavouras, tendo em vista o cenário atual, migrando para outras culturas.
As exportações continuam nos mesmos patamares de 2016. Mesmo tendo uma oferta, o mercado externo já é regularizado.
A partir de setembro e outubro as vendas devem ficar aquecidas, com uma melhor demanda.