Cenário complicado para os preços de soja e milho nesta safra, diz analista da FCStone

Publicado em 11/05/2017 20:40
Expectativas e desafios da comercialização de grãos, por Gustavo Bezerra, consultor da FCStone

Os contratos futuros de soja fecharam em queda nesta quinta-feira na Bolsa de Chicago (CBOT), pressionados basicamente pelo sentimento de maior oferta global. Dados divulgados ontem pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e hoje pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) pesaram sobre as cotações. O vencimento julho, de maior liquidez, cedeu 4 cents (0,41%) e terminou em US$ 9,6625 por bushel. Em seu relatório mensal de oferta e demanda, o USDA projetou reservas domésticas de 13,06 milhões de toneladas no ciclo 2017/18, volume inferior ao esperado pelo mercado, mas ainda assim 10% maior frente os 11,83 milhões de toneladas de 2016/17. Vale destacar que o USDA ainda elevou as previsões para as safras brasileira e argentina da oleaginosa, para 111,6 milhões e 57 milhões de toneladas, respectivamente. A Conab também aumentou sua projeção para a temporada brasileira de soja. Nesta quinta-feira, a estatal estimou a produção nacional da oleaginosa em 2016/17 em 113,01 milhões de toneladas (mais 18,4% ante 2015/16), com ampliação de 1,8% na área plantada. Relatório do USDA mostra safra menor no Brasil.

Na quarta-feira o relatório mensal de oferta e demanda divulgado pelo USDA aumentou ligeiramente a previsão de exportação de soja dos EUA na safra 2016/17(velha), o que resultou em leve recuo na previsão de estoques finais, que caíram de 12,1 milhões para 11,8 milhões de toneladas. Para a América do Sul, houve aumento da safra do Brasil de 111 milhões para 111,6 milhões de toneladas e da Argentina de 56 milhões para 57 milhões de toneladas. O relatório do USDA também trouxe o primeiro quadro oficial de oferta e demanda da safra 2017/18. Para os EUA, não houve surpresas na produção, já que o relatório incorpora a previsão de área plantada de 31/mar e a linha de tendência de produtividade. Combinados, os números resultam em produção de 115,8 milhões de toneladas - abaixo dos 117,2 milhões de safra passada, apesar do auemento de 2,5 milhões de hectares na área plantada. Mas o consumo veio firme, apontando estoques finais de 13,1 milhões de toneladas - mais altos que os de 2016/17, mas inferiores à expectativa do mercado, que era de 15,6 milhões de toneladas. Para a safra 2017/18 da América do Sul, a estimativa preliminar do USDA aponta safra menor no Brasil (passaria de 111,6 milhões para 107 milhões de toneladas) e estável na Argentina (57 milhões de toneladas).

Tags:

Fonte: FCStone

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Arroz de terras altas se torna opção atrativa de 2ª safra entre produtores do norte de Mato Grosso
Com mercado aquecido, empresa brasileira exporta mais 500 toneladas de feijões especiais
Ibrafe: Brasil bate novo recorde em exportação de excedentes de Feijão
Rio Grande do Sul atinge 84% de área semeada de arroz
Abiarroz: Brasil exporta 123 mil toneladas de arroz em outubro
Conab: Nova estimativa da Conab para safra de grãos 2024/25 é de 322,53 milhões de toneladas
undefined