Mesmo com preços de R$200,00/sc demanda por feijão carioca continua fraca e sem perspectiva de melhora para o restante do mês
A dificuldade em repassar preços no varejo vem limitando os negócios com o feijão carioca. Mesmo com recuo nas cotações a demanda pelo produto continua fraca.
Com pressão dos vendedores o preço do carioca nota 8,5 voltou ao patamar de R$ 200,00 a saca. Segundo o analista da Correpar, Marcelo Lüders, o varejo vem relatando a dificuldade em ‘girar’ o produto.
"Os varejistas também relatam que tiveram o pior mês - em setembro - dos últimos anos, considerando todos os produtos comercializados", destaca o analista.
Outro fator que colabora para a retração nas cotações é a demora dos supermercados em corrigir os preços nas gôndolas após a baixa já registrada no atacado. Lüders explica que diante das expectativas de que neste período a oferta estaria menor, o varejo se estocou e agora adotam uma postura retraída.
Para os produtores o analista destaca que é momento de fazer média de preços e comercializar de acordo com as necessidades de caixa.
Tradicional no mercado a retomada de compra do varejo ocorre no primeiro decêndio de cada mês, por isso Lüders não espera grandes alterações de preço no decorrer de outubro, mas não desconsidera "a expectativa de que o cenário reverta no curto prazo, uma vez que o varejo nunca ficou mais 60 dias com compra tão lentas."
Feijão Preto
Se a oferta de carioca é baixa, a disponibilidade interna do preto é ainda menor e tem dado sustentação aos preços, que variam entre R$ 260,00 a R$ 280,00/sc.
As cerca de 100 mil toneladas importadas entre agosto e setembro, já foram consumidas segundo Lüders, por isso, "mesmo com o mercado parado, o preço não caiu."
O próximo grande volume de oferta só deve entrar no mercado a partir de janeiro, até lá, a tendência é de que as cotações permaneçam firmes.
"Com o preço do feijão carioca mais baixo, a tendência é de que venda menos [preto], ainda assim não há um horizonte uma perspectiva de queda de preço", afirma Lüders.