Preços do feijão devem seguir em alta com consumo forte e impossibilidade de estocagem no Brasil
Os preços do feijão no Brasil devem permanecer em alta ao longo deste ano, é a avaliação do técnico de planejamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), João Ruas.
Com a redução de oferta também se confirmando para a terceira safra do grão, devido ao baixo abastecimento de água que limitou a irrigação, altos custos e problemas com pragas e doenças, a tendência é de mercado ajustado até 2017.
Conforme explica Ruas a cultura é perecível para haver controle de estoques, por isso, a produção é feita ‘da mão para boca’. "O feijão tem uma oscilação muito forte, por ser uma cultura de risco extremo", acrescenta.
Para a próxima safra o técnico da Conab considera muito prematuro afirmar que poderemos ter um incremento na produção. "Hoje o preço não é mais o fator dominante, o produtor avalia clima, custos entre outras coisas".
"Na primeira safra o feijão perdeu área para a soja, e com os preços elevados acabou perdendo para o milho na segunda safra também", destaca o técnico.
Atualmente o Brasil produz três variedades: carioca, caupi e preto, sendo o último o único com possibilidade de estocagem.
"O feijão preto é possível fazer a armazenagem durante aproximadamente um ano e meio sem grandes problemas. Mas, o carioca deprecia muito rápido", afirma o técnico da Conab.
Ao longo dos anos o consumidor passou a ter preferência pelo grão mais claro que caracteriza um produto novo. Assim, o carioca - tipo mais consumido no país - quando armazenado acaba escurecendo e perdendo valor de consumo, sendo destinado a indústria de ração.