Cotações de feijão atingem R$ 250,00/sc com menor área plantada e quebra na safra de verão. Governo foi avisado mas nada foi feito

Publicado em 29/01/2016 11:19
Cotações de feijão atingem R$ 250,00/sc com menor área plantada e quebra na safra de verão. Governo foi avisado mas nada foi feito

Com menor área plantada e quebra na safra de verão, as cotações do feijão atingiram o pico de R$ 250,00 a saca, nos últimos dias. No entanto, devido à baixa produtividade, poucos agricultores conseguem aproveitar esses bons níveis de preço.

De acordo com o analista da Correpar, Marcelo Lüders, a produtividade média das lavouras brasileiras reduziu 30% na safra 2015/16 em relação à temporada passada. Outro fator que tem restringido a oferta é a menor área plantada.

Para o analista, as indicações apontam que o mercado deve permanecer em patamares altos, sendo balizado pela demanda da indústria, até a chegada da oferta da segunda safra. Em fevereiro é espero que as cotações realizem novos rally's de preço.

Desde o começo da década o país vem reduzindo a área cultivada. Segundo Lüders, na safra 2010/11 foram semeados 1.420 mil hectares, caindo para 970 mil hectares neste ano. "Então a perda em termos de produtividade, somada a área menor acaba gerando um déficit bastante grande", acrescenta.

Atualmente, as projeções indicam um saldo negativo de 8 milhões de sacas do que historicamente é demandado entre o período de dezembro a março. E apesar da redução de área, o déficit foi agravado por adversidades climáticas nas regiões produtoras.

Segundo Lüders a retração na área é reflexo de menor incentivo do governo, e aversão ao risco a cultura mais suscetível a problemas climáticos, especialmente em anos de El Niño.

"Existe uma empresa pública voltada ao abastecimento do Brasil, que foi chamada para ouvir qual era a sensação do setor privado com relação a redução de área. Enfim, todo esse cenário que estamos vivendo agora foi passado para o governo, mas nada foi feito", explica Lüders.

Conforme o analista foram solicitados três pedidos de audiência junto ao Ministério da Agricultura, dentre eles para tratar da questão do preço mínimo que foi reduziu em junho de 2015, desestimulando a produção.

No setor há também a falta de recomendação a outras variedades que são mais resistentes as condições climáticas adversas e, que poderiam trazer maior remuneração ao produtor.

Com esse cenário, e a dificuldade no abastecimento o mercado desregulado precisou repassar as altas ao consumidor final, que já arcam com um feijão carioca a R$ 7,00 o quilo nas gôndolas dos supermercados. "Daqui a pouco vão colocar a culpa no setor de feijão, quando na verdade a culpa não é nossa", pondera o analista.

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Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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