Para reduzir custos de produção, avicultura paranaense opta pelo descarte de matrizes
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Entrevista com Mariana Assolari - Técnica do Sistema FAEP/Senar-PR sobre a Avicultura no Paraná
Os elevados custos de produção para a avicultura estão fazendo com que integrantes do setor busquem alternativas para tentar mitigar a pressão sobre as margens de lucro. No Paraná, Estado que mais produz e exporta carne de frango, a medida adotada no momento é o descarte de matrizes menos produtivas nas granjas, conforme explica a veterinária e técnica do Sistema Faep/Senar, Mariana Assolari.
De acordo com ela, havia desde o início do ano a sinalização de redução nos alojamentos de pintos de corte, o que impctaria diretamente na renda dos avicultores. "Entretanto, vimos que o número de aves alojadas se manteve praticamente estável no Brasil. A expectativa para março era de 600 milhões de pintinhos alojados em todo o país, e a prévia aponta para 588 milhões", disse.
Com o câmbio tornando a carne de frango brasileira mais competitiva no mercado externo, as exportações se recuperaram no mês de março, dando vazão a parte da produção. Entretanto, no mercado interno, o consumo ainda "patina", mesmo sendo a carne mais barata em comparação às concorrentes suína e bovina.
"Temos um Auxílio Emergencial em parcela reduzida e atrasado. Isso também atrasa a questão do consumo imediato, que engloba os alimentos", disse a especialista.
A expectativa, segundo ela, é que o consumo per capita de carne de frango no Brasil pelo menos se mantenha nos mesmos patamares observados em 2020 para que o setor da avicultura não sofra ainda mais.