Suspensão da TEC para importar soja e milho vai ajudar a segurar alta dos insumos no mercado interno, diz Ricardo Santin

Publicado em 19/10/2020 15:35 e atualizado em 20/10/2020 07:39
De acordo com o presidente da ABPA, após a confirmação da medida de isenção temporária para trazer os produtos de fora do Mercosul, empresas já fazem estudos de viabilidade
Ricardo Santin - Presidente da ABPA

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Entrevista com Ricardo Santin - Presidente da ABPA sobre a Suspensão da TEC para milho e soja

 

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Com a confirmação na última sexta-feira (16) da suspensão temporária da Tarifa Externa Comum (TEC) para que o Brasil importe milho e soja de países de fora do Mercosul, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, acredita que a medida deva segurar as altas destes insumos no mercado interno. A medida mé válida até março de 2021.

Santin explica que no início de setembro a Associação, representando os setores produtivo e industrial da cadeia de proteína animal, protocolou o pedido para a isenção temporária da tarifa à Câmara de Comércio Exterior (Camex). "A intenção é dar ao setor opções de adquirir esses insumos onde houver viabilidade de preço, e também ajudar a amenizar os preços no mercado doméstico", disse.

Entre as opções de países para importar soja e milho, o presidente da ABPA cita os Estados Unidos, ainda que relatórios do Departamento de Agricultura do país (USDA) apontem para estoques reduzidos e grande volume de produto destinado à exportação já comprometido. Na lista também constam Paraguai, que está com o plantio de soja atrasado, devido à falta de chuvas, Argentina e Ucrânia. 

"Mesmo assim, os volumes que os EUA têm atenderiam o Brasil no sentido de ajudar a controlar os preços, porque a importação não seria em quantidades enormes", explicou. 

De acordo com Santin, neste primeiro momento não é possível mensurar como a medida vai impactar os preços, já que as empresas estão colocando na ponta do lápis os custos com embarque, preço, levando em conta o câmbio, e o tempo para que os insumos cheguem ao Brasil. 

"Tem empresas que já estudam a viabilidade de trazer dois, três navios de grãos, mas ainda estão fazendo as contas. A nossa prioridade é comprar esses insumos no mercado doméstico, mas com os preços onde chegaram, é importante que haja opções para que isso venha de outros locais", disse.

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Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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